sábado, 29 de setembro de 2007

domingo, 16 de setembro de 2007

TU ÉS








Teu olhar
Não é mais do que
O porta-voz
Dos meus olhos
Mas a janela
Onde se inclinam
Todos os meus sentidos
Ansiosos e petrificados
Olhar que desejaria tocar
Capturar
Trazer comigo
O seu corpo
E a sua alma
Porque tu és a luz mágica
Que perpassa
Nuvens plúmbeas
De rancores e amarguras
Tu és a força divina
Que faz brotar o amor
Jogando no fundo da vida
Entre pedras frias e ásperas
Tu és o que gostaria de ver
Não deixando-me para trás
COMO?
Cláudio Antônio Machado







Dizem os psicólogos
Que dentro de cada um de nós
Encontra-se um sem-vergonha
Este sem-vergonha
Manifestou-se pela primeira vez
Quando um conjunto de sem-vergonha
Ergueram as primeiras cercas demarcatórias
Do planeta Terra
Delimitando-a em espaços físicos reservados
Cercados de interesses pôr todos os lados
Espaços estes que lhes sufocarão um dia
Tragando-os em suas úmidas entranhas
Para o todo sempre
Com suas ambições e egoísmo
Como pode o homem
Pretender possuir
Algo que está aí
Para lhe servir de graça
E que lhe absorverá finalmente?
O melhor seria
Que colocássemos
Uma carquilha de arame farpado
Em volta de cada um de nós
Estabelecendo os limites individuais
Onde termina a minha liberdade
Começa a TUA
AOS PÉS DO TEMPO

Teu perfil
É uma arma de ataque
Bela
Não adormecida
Somente gladiadores
De palavras sensuais
Poderiam descrevê-la
Sem se importar com o coração
Nas tuas curvas
O tempo...o sol... e o vento
Tocam lindas canções de amor
Tuas linhas são curiosas
Pautas musicais
Teu corpo neste verão
É companheiro do sol
Teu peito ondula com o vento
Pelas areias quentes do litoral
Vento de prazer sentido
Que alucina
Quando te despes
Para as tardes de sol
Enquanto te desnudas
Meus olhos vagam silenciosos
À caminho do amar


Cláudio Antônio Machado
Não me causou espanto, nem perplexidade, matéria publicada no Jornal Zero Hora, Reportagem Especial, página 5, do dia 14 de janeiro de 2007. Matéria em questão, revela o ranking das cidades mais violentas no estado do Rio Grande do Sul. Lá está Montenegro, entre roubos, homicídios, lesões corporais e furtos. Em roubos, Montenegro é a vigésima oitava colocada, em Homicídios é a vigésima nona, em lesões corporais é a vigésima terceira e em furtos a décima colocada.
Qual fenômeno brinda nossa cidade entre as "mais-mais"? Depois de duas décadas de domínio completo do neoliberalismo, hegemonia total do capital financeiro e do capital internacional, com suas perversidades sociais expostas, onde o povo começa a se dar conta de que seus problemas de pobreza, de desigualdade social, falta de terra, desemprego, falta de moradia e escola brotaram violentamente da noite para o dia. Sei que as verdades são muitas, e elas desafiam umas as outras, como dizia Harold Pinter, e esta é uma das verdades possíveis. Sei também que a verdade dói, mas dói muito mais o silêncio da mídia diante dos fatos. Azar dos fatos? Não! Precisamos dar um basta ao sufoco. Há que mobilizar pela democratização da comunicação social. Pelas rádios e televisões comunitárias. Precisamos de canais públicos que expressem livremente as opiniões populares.
Todos nós temos responsabilidades, ou a Dama-de-Ferro, Margaret Thatcher, a profetiza do neoliberalismo, estava certa quando afirmou que "não há sociedades, há apenas indivíduos"?
O capitalismo nada mais tem a oferecer, exceto mais destruição do meio ambiente. A célula familiar, o primeiro exemplo de sociedade, ensinado pôr mestres, em salas de aula, já foi detonada há muito. O capitalismo é um sistema de produção absolutamente desolador. O combustível que movimenta o homem, infelizmente, é o cifrão. O desejo do extremamente pobre é igual ao do rico, e quem não têm acaba tirando, roubando de quem têm, nada diferente dos poucos que muito têm as custas dos que nada têm! Há uma tristeza no ar que se respira. A pobreza têm uma cor e uma realidade muito triste! É imperativo gostar da alegria em sociedade. Nossa obrigação é transformar a sociedade, transformar a raiva e a inveja em comédia. Partilhando dons e bens seremos solidários.
"Conceda-nos Deus a bênção de tantos dons, livres de políticos que constroem para si o céu na Terra com a matéria-prima do inferno coletivo" (Frei Beto).