sexta-feira, 28 de outubro de 2011

OAB e a decisão do STF

"Se professores de direito também fossem submetidos a exames, se universidades e centros universitários submetidos a avaliação, se as pessoas pudessem opinar com bom senso, sem radicalismos inconsequentes e genéricos, se todos pudessem realizar uma autocrítica coerente, se os hipócritas não buscassem seduzir com falsos discursos (talvez esse que estou realizando), se doutores, mestres, juízes, promotores, defensores e advogados fossem seguidamente avaliados, retirados de seus castelos intangíveis de presunção e arrogância, se o próprio sistema jurídico finalmente atingisse alguma condição efetiva de justiça que deixaria de ser apenas mito, bem se isso tudo fosse possível, aí até mesmo a prova da Ordem poderia se justificar, mas como nada disso acontece, ela é imoral, pois não está em jogo atitudes de alunos, saídas de sala de aula, mas a qualidade de tudo aquilo que não ensinamos na produção do conhecimento que a grande maioria dos professores, aparentemente, mascaram com qualidade. É inútil a discussão, pois os imorais de plantão justificam a sua própria incapacidade em reconhecer que a CF não é um livro sagrado, sendo assim, é limitada, desigual, contraditória e, ao final, a exigência sempre recai sobre os que são de uma ou outra forma, hipossuficientes."

(ANTÔNIO MARCELO PACHECO - Professosor de direito)

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

COMO CAPTURAR OS INDESEJÁVEIS MOSQUITOS


Armadilha para captura de Pernilongo - Use e Divulgue!
NÃO É GOZAÇÃO NEM BRINCADEIRA, É UM MÉTODO MUITO EFICIENTE, LEIAM.
SERVE PARA QUALQUER PERNILONGO, e MESMO O DADENGUE, MOSQUITOS e INSETOS VOADORES:

Como matar mosquitos ecologicamente correto.
Para ajudar com a luta contínua contra os mosquitos da dengue e a dengue hemorrágica, uma idéia é trazê-los para
uma armadilha que pode matar muitos deles.

O que nós precisamos é, basicamente:
200 ml de água,
50 gramas de açúcar mascavo,
1 grama de levedura (fermento biológico de pão, encontra em qualquer supermercado ) e uma garrafa plástica de 2 litros


Como fazer:
1. Corte uma garrafa de plástico (tipo PET) ao meio. Guardar a parte do gargalo:
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2. Misture o açúcar mascavo com água quente. Deixe esfriar. Depois de frio despejar na metade de baixo da garrafa.
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3. Acrescentar a Levedura . Não há necessidade de misturar. Ela criará dióxido de carbono.
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4. Colocar a parte do funil, virada para baixo, dentro da outra metade da garrafa.
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5. Enrolar a garrafa com algo preto, menos a parte de cima, e colocar em algum canto de sua casa.
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Em duas semanas você vai ver a quantidade de pernilongos e mosquitos que morreu dentro da garrafa.
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Além da limpeza de suas casas, locais de reprodução de pernilongos e mosquitos, podemos utilizar este método muito útil em: Escolas, Creches, Hospitais, residências, sítios, chácaras, fazendas, floriculturas. etc.
Não se esqueça da
Dengue nos próximos meses: este pernilongo pode matar uma pessoa!
DIVULGUE! é muito importante!!!

BULLING CONTRA BACHARÉIS EM DIREITO

Que país é este? A pergunta é conhecida de todos. O país também!
Depois da queda de mais um Ministro, Orlando Silva, o Supremo Tribunal Federal, (Supremo?),vota pela constitucionalidade do exame da Ordem. Como consequência, Conselheiros da OAB, comemoraram o julgamento unânime dos ministros a favor da manutenção do Exame da Ordem. Do outro lado, representantes dos movimentos contrários à prova protestaram, gritaram, choraram, passaram mal e alguns até desmaiaram.
Que país é este, que dá golpe até naqueles que ainda teimam acreditar no Estado de Direito? Não é o Estado, através do MEC, quem autoriza o funcionamento das Faculdades de Direito? Se é ele, porque então o Ministério, o Estado, não faz a fiscalização da excelência do ensino das mesmas? Porque deixar à cargo de uma entidade corporativista a aferição da qualidade do ensino? Porque alguém que acerta 50 questões do exame da ordem esta gabaritado para receber a carteira da ordem, e quem acerta 49, esta reprovado? Porque algumas questões da ordem são sempre anuladas? Será que é falta de competência na elaboração das mesmas? E o dinheiro investido nas faculdades de direito, que não possuem um ensino de qualidade, será devolvido aos bacharéis? Afinal de contas está sendo vendido, com o aval do Estado, um produto que não tem qualidade! Onde ficam os direitos dos cidadãos brasileiros que estão investindo pesado num ensino desqualificado pela OAB?
Como fica a saúde dos bacharéis e de seus familiares, que sofrem junto com suas filhas e filhos o impedimento do exercício de uma profissão? Quem pode responder a todas estas questões?
JESUS ACENDE A LUZ!

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

O ALCIÃO

O alcião é um pássaro marinho que procura os lugares ermos. Dizem que, para se livrar dos caçadores, ele faz o ninho nos rochedos à beira-mar.
Um dia, um alcião que queria pôr seus ovos seguiu um promontório e, tendo visto um rochedo batido pelas ondas, fez ali seu ninho. Tendo saído à procura de alimento, aconteceu que o mar, agitado por um vento fortíssimo, alcançou o ninho, inundou-o e matou os filhotes do alcião. Quando voltou, o pássaro, ao ver o que tinha acontecido, exclamou:
- Pobre de mim! Para fugir das armadilhas da terra, refugiei-me no mar, onde perigos maiores me esperavam.
Ao fugir de nossos inimigos, nem sabemos que estamos indo a caminho de amigos ainda mais temíveis.

(ESOPO - século VI a.C)

terça-feira, 25 de outubro de 2011

RISCOS E POSSIBILIDADES NO ESTÁGIO ATUAL DA CRISE MUNDIAL


Ironicamente, o sistema financeiro e os ricos, responsáveis por conduzir a economia à crise e socorridos em seu início pela sociedade, recusam-se agora a pagar parte da fatura. Confira artigo que aponta a conjuntura da crise nas principais economias mundiais.
Por Rodrigo Alves Teixeira e Pedro Paulo Ciseski.

As medidas monetárias e fiscais tomadas desde o início da crise em 2008 foram insuficientes para reverter o fraco desempenho econômico e reduzir o elevado desemprego nos Estados Unidos. Além disso, a política monetária apresenta ineficácia crescente na atual conjuntura de armadilha de liquidez, onde os agentes, diante de incerteza elevada, entesouram praticamente toda moeda adicional criada. Deste modo, os sucessivos afrouxamentos promovidos pelo Fed servem somente para impedir o agravamento da crise bancária. Por outro lado, a política fiscal, instrumento mais eficaz para estimular a atividade nessa conjuntura recessiva, está bloqueada politicamente pela oposição republicana, sob os argumentos de excessivo endividamento público e de ineficácia do próprio instrumento.
Este último argumento sugere que o aumento de despesa pública é incapaz de estimular o gasto privado porque os agentes elevam sua poupança para pagar o aumento futuro de impostos necessários para financiá-la. O problema é que esse argumento não considera que tanto o aumento da despesa quanto dos impostos pode incidir sobre diferentes grupos da sociedade. Se a despesa for direcionada aos mais pobres, de elevada propensão a consumir, e os impostos aos mais ricos, de elevada propensão a poupar, a equivalência não ocorre. Porém, a oposição republicana é contrária a aumentos de impostos para os ricos, mesmo após manifestação favorável de bilionários como Warren Buffett.
Perde-se assim oportunidade histórica para corrigir grave distorção da economia americana, caracterizada pela elevada desigualdade de renda acumulada nas últimas décadas em decorrência da financeirização crescente da economia. Ironicamente, o sistema financeiro e os ricos, responsáveis por conduzir a economia à crise e socorridos em seu início pela sociedade, recusam-se agora a pagar parte da fatura. A "crise de consciência" de alguns bilionários decorre disso e de serem os maiores beneficiados do modelo anterior.
Felizmente, as recentes manifestações causadas pela ocupação das ruas de Wall Street apontam para um aumento da insatisfação da sociedade e poderão favorecer uma postura mais combativa do governo, especialmente no campo fiscal, para impedir um duplo mergulho da economia e estimular sua recuperação.
Além disso, apesar do entrave político, os graus de liberdade da política econômica dos EUA, país detentor de "privilégio exorbitante" pela condição de emissor da moeda reserva, ainda superam os da área do Euro ou de qualquer outro país do globo.
Europa
Antes da crise, alguns países da zona do Euro, em especial Grécia, Portugal e Espanha, não dispondo da taxa de câmbio como instrumento de ajuste, apresentavam déficits crescentes em transações correntes, facilmente financiados por capitais externos atraídos pela estabilidade da moeda única. Esse crédito fácil e barato levou a um forte endividamento do setor privado na Irlanda e na Espanha e do setor público na Grécia, elevando sua fragilidade financeira.
Contudo, parecia não haver problema de financiamento para os déficits externos e fiscais no período de calmaria entre o surgimento do Euro e 2008. Porém, ao pressionar as contas públicas das economias do bloco, a crise revelou que a zona do euro não dispõe de mecanismos eficazes para lidar com situações de elevado estresse financeiro e econômico pelo fato de a união limitar-se ao aspecto monetário. Sem união fiscal, inexiste o mecanismo coletivo de auxílio aos deficitários. Somente durante a crise foi criado o European Financial Stability Facility (EFSF), o fundo de resgate das economias da zona do euro. Adicionalmente, os países do bloco não dispõem individualmente dos dois outros instrumentos de combate a crises: as políticas monetária e cambial.
As compras pelo Banco Central Europeu (BCE) de títulos públicos dos países com dificuldade de financiamento geram alívio momentâneo, mas são insuficientes para estimular a economia, posto que a liquidez resultante é anulada por operações de esterilização. Além disso, o BCE resiste em adotar medidas de afrouxamento quantitativo, ao modo do Federal Reserve americano, sob o argumento de que a inflação permanece acima da meta apertada de 2%. Este fato evidencia que a região não é uma área monetária ótima, pois a política monetária é adequada para alguns países, mas não o é para outros.
O uso anticíclico da política monetária exigiria mudança radical do BCE, que resiste em abandonar o foco exclusivo na inflação, e, do mesmo modo, o uso da política fiscal está limitado pela crise das dívidas. Para piorar, as medidas de austeridade adotadas pelos governos como condição para obter ajuda financeira tendem a dificultar a recuperação econômica do bloco, especialmente num contexto de consolidação fiscal generalizada.
Neste cenário, a recuperação da economia da região tende a ser lenta, dados os limites impostos pela própria união monetária. Daí as especulações de que alguns países, que não contam mais com o financiamento voluntário de seus déficits, possam abandonar a união para viabilizar a depreciação de suas moedas e a recuperação da competitividade sem o longo e penoso processo recessivo de redução nominal de salários e preços. Vantajosa em seu início pelos efeitos benéficos sobre o investimento e o crescimento de alguns países da periferia, a união revela-se nesse momento uma poderosa camisa de força para sua recuperação.
O Banco da Inglaterra, que preservou sua autonomia não aderindo ao Euro, acabou de anunciar nova rodada de afrouxamento quantitativo para estimular sua economia. A Suíça, igualmente, entrou explicitamente na guerra cambial desvalorizando sua moeda recentemente. Tais medidas sinalizam, para os países em dificuldade, as vantagens de abandonar a união.
China
Apesar da crise mundial, a China continua a apresentar taxa de crescimento elevada. Porém, muitos começam a questionar a sustentabilidade do seu modelo de crescimento baseado em exportações em função do tamanho atingido por sua economia e das perspectivas sombrias para a crise.
Cremos que o país depara-se com duas possibilidades. A primeira é manter o modelo, que se baseia em elevada taxa de poupança, cerca de metade do PIB, e baixo consumo, cerca de um terço. Para tanto, terá que substituir a demanda dos EUA e da Europa por novos mercados. Isto tem sido feito com relativo sucesso até o momento, como prova o forte crescimento das exportações para o Brasil. Porém, esta alternativa pressupõe a manutenção do consumo interno nos baixos padrões atuais e, como consequência, crescente dificuldade política, especialmente com uma desaceleração maior, caso a crise mundial se aprofunde.
A segunda possibilidade é explorar o seu enorme mercado interno potencial. Para tanto, terá que melhorar a distribuição da renda e o padrão de vida da população, elevando o consumo. Porém, essa escolhe implica taxa de crescimento de longo prazo menos elevada pela queda esperada na taxa de investimento. Para alguns analistas, essa queda implicaria grande dificuldade política sob a hipótese de que a legitimidade do regime pressupõe elevada taxa de expansão econômica. Entretanto, cremos ser esse um falso dilema, pois o menor crescimento será compensado por melhor distribuição de renda e maior consumo, fato apreendido na teoria do crescimento econômico sob o conceito de "regra de ouro", que postula que taxas de investimento e de crescimento mais baixas podem resultar em maior bem-estar no curto e no longo prazo, pois investimento excessivoproduz desperdício de capital.
Brasil
No Brasil, apesar do impacto recessivo no início da crise, a manutenção da renda e do emprego domésticos em níveis elevados garantiram demanda elevada. Em contraste, a produção industrial apresentou recuperação lenta e o setor permanece em estado de letargia em razão da elevada taxa de juros e da apreciação cambial.
A forte alta do dólar, causada recentemente pelas turbulências no mercado financeiro internacional em razão da fragilidade da economia européia, foi parcialmente revertida. Não obstante, o crescente déficit em transações correntes tem sido financiado com folga pela conta financeira, garantindo inclusive a manutenção pelo Banco Central do elevado nível de reservas internacionais. Todavia o crescimento tem sido baixo e de frágil sustentabilidade, visto que prejudica a indústria nacional. Em países de crescimento rápido e sustentável, esse setor é a principal fonte de inovação, de ganhos de produtividade e de geração de empregos de qualidade. Seu encolhimento deixa o país dependente de situações externas favoráveis, que podem se reverter subitamente. Além disso, o descompasso entre ademanda elevada e a fraca produção industrial, num regime de metas de inflação, frustra a euforia, posto que o Banco Central mantém elevada a taxa de juros para cumprir a meta.
Uma questão central é por que, com a renda e a demanda crescendo em ritmo elevado, a oferta de bens e serviços não responde na mesma velocidade para manter os preços estáveis. Cremos que a discussão sobre o controle da inflação deveria transcender o enfoque exclusivo na demanda, onde a taxa de juros aparece como o único instrumento de política. Esse enfoque, adotado pelo Banco Central durante a gestão anterior criava um círculo vicioso e autorrealizável que, felizmente, a atual tem olhado de forma mais crítica. O crescimento do produto potencial abaixo da demanda levava à manutenção de taxas de juros elevadas para conter a pressão inflacionária, porém essas taxas acabavam frustrando os planos de investimento e assim restringindo o próprio crescimento do produto potencial.
O controle da inflação deve continuar, pois do contrário implicaria o retorno do crescimento às custas da redução da renda real da maioria da população. Porém, não deve ocorrer contendo salários e emprego via juros elevados ou importações que desagregam as cadeias produtivas domésticas e sufocam nossa indústria. Esse controle deve ser buscado também e principalmente com políticas que estimulem a oferta e os ganhos de produtividade, em especial nos setores de produção de bens de consumo dos assalariados, que participam diretamente do índice de preços ao consumidor.
O crescimento sustentado da economia brasileira envolve, mais do que nunca, políticas que incentivem a inovação, o aumento da produtividade e impeçam que nossa pauta de exportações se concentre apenas em primários. Para tanto, é necessário uma política industrial e de desenvolvimento mais agressiva, baseada não exclusivamente em medidas protecionistas, como no passado, mas também com exigência de contrapartidas em inovação e competitividade, aliadas a investimentos em educação e ciência e tecnologia.
Perspectivas
Para que tanto a economia doméstica quanto a mundial possam crescer de maneira estável, é urgente uma reforma mais ampla do sistema monetário internacional, que traga mais estabilidade às relações entre as moedas. A liberdade aos fluxos de comércio não terá muita eficácia em meio à "guerra cambial". É com isso em mente que o Brasil levou recentemente a discussão do desalinhamento cambial à OMC.
Também é muito importante o combate ao privilégio exorbitante dos EUA, além do avanço no debate, ainda tímido, mas já lançado no âmbito do G20, de administrar os fluxos de capitais para evitar catástrofes como a atual e das últimas décadas, dando margem de manobra para as economias se defenderem contra a especulação.
Rodrigo Alves Teixeira é Coordenador Geral da Diretoria de Estudos e Relações Econômicas e Políticas Internacionais do IPEA e professor licenciado da PUC-SP. Pedro Paulo Ciseski é ex-professor da PUC-SP.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

O RETRATO DA VERDADEIRA SOLIDÃO HUMANA

Homem morto trabalha por uma semana
(Notícia do New York Times) Os Gerentes de uma Editora estão tentando descobrir, porque ninguém notou que um dos seus empregados estava morto, sentado à sua mesa há 5 dias. George Turklebaum, 51 anos, que trabalhava como Verificador de Texto numa firma de Nova Iorque há 30 anos, sofreu um ataque cardíaco no andar onde trabalhava (open space, sem divisórias) com outros 23 funcionários. Ele morreu tranquilamente na segunda-feira, mas ninguém notou até ao sábado seguinte pela manhã, quando um funcionário da limpeza o questionou, porque ainda estava a trabalhar no fim de semana. O seu chefe, Elliot Wachiaski, disse: 'O George era sempre o primeiro a chegar todos os dias e o último a sair no final do expediente, ninguém achou estranho que ele estivesse na mesma posição o tempo todo e não dissesse nada. Ele estava sempre envolvido no seu trabalho e fazia-o muito sozinho.' A autópsia revelou que ele estava morto há cinco dias, depois de um ataque cardíaco.
SUGESTÃO: De vez em quando acene para os seus colegas de trabalho. Certifique-se de que eles estão vivos e mostre que você também está!
MORAL DA HISTÓRIA: Não trababalhe demais. Ninguém nota mesmo..."

(Colaboração de Jovelino Souza)

quinta-feira, 20 de outubro de 2011

TINTA VERMELHA

Não se apaixonem por si mesmos, nem pelo momento agradável que estamos tendo aqui. Carnavais custam muito pouco – o verdadeiro teste de seu valor é o que permanece no dia seguinte, ou a maneira como nossa vida normal e cotidiana será modificada. Apaixone-se pelo trabalho duro e paciente – somos o início, não o fim. Nossa mensagem básica é: o tabu já foi rompido, não vivemos no melhor mundo possível, temos a permissão e a obrigação de pensar em alternativas. Há um longo caminho pela frente, e em pouco tempo teremos de enfrentar questões realmente difíceis – questões não sobre aquilo que não queremos, mas sobre aquilo que QUEREMOS. Qual organização social pode substituir o capitalismo vigente? De quais tipos de líderes nós precisamos? As alternativas do século XX obviamente não servem.Então não culpe o povo e suas atitudes: o problema não é a corrupção ou a ganância, mas o sistema que nos incita a sermos corruptos. A solução não é o lema “Main Street, not Wall Street”, mas sim mudar o sistema em que a Main Street não funciona sem o Wall Street. Tenham cuidado não só com os inimigos, mas também com falsos amigos que fingem nos apoiar e já fazem de tudo para diluir nosso protesto. Da mesma maneira que compramos café sem cafeína, cerveja sem álcool e sorvete sem gordura, eles tentarão transformar isto aqui em um protesto moral inofensivo. Mas a razão de estarmos reunidos é o fato de já termos tido o bastante de um mundo onde reciclar latas de Coca-Cola, dar alguns dólares para a caridade ou comprar um cappuccino da Starbucks que tem 1% da renda revertida para problemas do Terceiro Mundo é o suficiente para nos fazer sentir bem. Depois de terceirizar o trabalho, depois de terceirizar a tortura, depois que as agências matrimoniais começaram a terceirizar até nossos encontros, é que percebemos que, há muito tempo, também permitimos que nossos engajamentos políticos sejam terceirizados – mas agora nós os queremos de volta.Dirão que somos “não americanos”. Mas quando fundamentalistas conservadores nos disserem que os Estados Unidos são uma nação cristã, lembrem-se do que é o Cristianismo: o Espírito Santo, a comunidade livre e igualitária de fiéis unidos pelo amor. Nós, aqui, somos o Espírito Santo, enquanto em Wall Street eles são pagãos que adoram falsos ídolos.Dirão que somos violentos, que nossa linguagem é violenta, referindo-se à ocupação e assim por diante. Sim, somos violentos, mas somente no mesmo sentido em que Mahatma Gandhi foi violento. Somos violentos porque queremos dar um basta no modo como as coisas andam – mas o que significa essa violência puramente simbólica quando comparada à violência necessária para sustentar o funcionamento constante do sistema capitalista global?Seremos chamados de perdedores – mas os verdadeiros perdedores não estariam lá em Wall Street, os que se safaram com a ajuda de centenas de bilhões do nosso dinheiro? Vocês são chamados de socialistas, mas nos Estados Unidos já existe o socialismo para os ricos. Eles dirão que vocês não respeitam a propriedade privada, mas as especulações de Wall Street que levaram à queda de 2008 foram mais responsáveis pela extinção de propriedades privadas obtidas a duras penas do que se estivéssemos destruindo-as agora, dia e noite – pense nas centenas de casas hipotecadas…Nós não somos comunistas, se o comunismo significa o sistema que merecidamente entrou em colapso em 1990 – e lembrem-se de que os comunistas que ainda detêm o poder atualmente governam o mais implacável dos capitalismos (na China). O sucesso do capitalismo chinês liderado pelo comunismo é um sinal abominável de que o casamento entre o capitalismo e a democracia está próximo do divórcio. Nós somos comunistas em um sentido apenas: nós nos importamos com os bens comuns – os da natureza, do conhecimento – que estão ameaçados pelo sistema.Eles dirão que vocês estão sonhando, mas os verdadeiros sonhadores são os que pensam que as coisas podem continuar sendo o que são por um tempo indefinido, assim como ocorre com as mudanças cosméticas. Nós não estamos sonhando; nós acordamos de um sonho que está se transformando em pesadelo. Não estamos destruindo nada; somos apenas testemunhas de como o sistema está gradualmente destruindo a si próprio. Todos nós conhecemos a cena clássica dos desenhos animados: o gato chega à beira do precipício e continua caminhando, ignorando o fato de que não há chão sob suas patas; ele só começa a cair quando olha para baixo e vê o abismo. O que estamos fazendo é simplesmente levar os que estão no poder a olhar para baixo…Então, a mudança é realmente possível? Hoje, o possível e o impossível são dispostos de maneira estranha. Nos domínios da liberdade pessoal e da tecnologia científica, o impossível está se tornando cada vez mais possível (ou pelo menos é o que nos dizem): “nada é impossível”, podemos ter sexo em suas mais perversas variações; arquivos inteiros de músicas, filmes e seriados de TV estão disponíveis para download; a viagem espacial está à venda para quem tiver dinheiro; podemos melhorar nossas habilidades físicas e psíquicas por meio de intervenções no genoma, e até mesmo realizar o sonho tecnognóstico de atingir a imortalidade transformando nossa identidade em um programa de computador. Por outro lado, no domínio das relações econômicas e sociais, somos bombardeados o tempo todo por um discurso do “você não pode” se envolver em atos políticos coletivos (que necessariamente terminam no terror totalitário), ou aderir ao antigo Estado de bem-estar social (ele nos transforma em não competitivos e leva à crise econômica), ou se isolar do mercado global etc. Quando medidas de austeridade são impostas, dizem-nos repetidas vezes que se trata apenas do que tem de ser feito. Quem sabe não chegou a hora de inverter as coordenadas do que é possível e impossível? Quem sabe não podemos ter mais solidariedade e assistência médica, já que não somos imortais?Em meados de abril de 2011, a mídia revelou que o governo chinês havia proibido a exibição, em cinemas e na TV, de filmes que falassem de viagens no tempo e histórias paralelas, argumentando que elas trazem frivolidade para questões históricas sérias – até mesmo a fuga fictícia para uma realidade alternativa é considerada perigosa demais. Nós, do mundo Ocidental liberal, não precisamos de uma proibição tão explícita: a ideologia exerce poder material suficiente para evitar que narrativas históricas alternativas sejam interpretadas com o mínimo de seriedade. Para nós é fácil imaginar o fim do mundo – vide os inúmeros filmes apocalípticos –, mas não o fim do capitalismo.Em uma velha piada da antiga República Democrática Alemã, um trabalhador alemão consegue um emprego na Sibéria; sabendo que todas as suas correspondências serão lidas pelos censores, ele diz para os amigos: “Vamos combinar um código: se vocês receberem uma carta minha escrita com tinta azul, ela é verdadeira; se a tinta for vermelha, é falsa”. Depois de um mês, os amigos receberam a primeira carta, escrita em azul: “Tudo é uma maravilha por aqui: os estoques estão cheios, a comida é abundante, os apartamentos são amplos e aquecidos, os cinemas exibem filmes ocidentais, há mulheres lindas prontas para um romance – a única coisa que não temos é tinta vermelha.” E essa situação, não é a mesma que vivemos até hoje? Temos toda a liberdade que desejamos – a única coisa que falta é a “tinta vermelha”: nós nos “sentimos livres” porque somos desprovidos da linguagem para articular nossa falta de liberdade. O que a falta de tinta vermelha significa é que, hoje, todos os principais termos que usamos para designar o conflito atual – “guerra ao terror”, “democracia e liberdade”, “direitos humanos” etc. etc. – são termos FALSOS que mistificam nossa percepção da situação em vez de permitir que pensemos nela. Você, que está aqui presente, está dando a todos nós tinta vermelha.
(SLAVO ZIZEK)

quarta-feira, 19 de outubro de 2011

ESTRATÉGIA É TUDO NA VIDA

Estratégia é tudo!!!!
Dois tubarões brancos (pai e filho) observam os sobreviventes de um naufrágio.
“ Siga-me, filho ! - diz o tubarão pai.
E nadam até os náufragos.
“ Primeiro, vamos nadar em volta deles, mostrando apenas a ponta
das nossas barbatanas fora da água.
E assim eles fizeram.
“ Muito bem, meu filho ! Agora vamos nadar ao redor deles, algumas vezes, com nossas barbatanas totalmente de fora.
E assim eles fizeram.
“ Agora, nós podemos comer todos eles.
E assim eles fizeram.
Quando finalmente se saciaram, o filho perguntou:
“ Pai, por que nós não os comemos logo de iní­cio?
Por que ficamos nadando ao redor deles várias vezes ?
O sábio e experiente pai respondeu calmamente:
Porque eles ficam mais saborosos sem merda dentro ...

Estratégia é tudo !!!

terça-feira, 18 de outubro de 2011

MURO DAS LAMENTAÇÕES

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(A foto desse judeu é impagável,e o texto também!!!)
Judeu: Deus?
Deus:
Sim!
Judeu:
Eu posso lhe perguntar algo?
Deus:
Claro, meu filho !
Judeu:
O que é um milhão de anos para você?
Deus:
Um segundo.
Judeu:
E um milhão de dólares?
Deus:
Um centavo.
Judeu:
Deus, você pode me dar um centavo?
Deus:
Espere um segundo...

Água fria e o seu coração...será?




Este é um artigo muito bom. Não só sobre a água quente após a sua refeição, mas acerca de ataques cardíacos.


Os japoneses bebem chá quente com as refeições, não água fria, talvez seja hora de mudar seus hábitos de consumo.


Para aqueles que gostam de beber água fria, este artigo é aplicável a você. É bom ter um copo de bebida quente após a refeição.

A água fria solidifica o alimento gorduroso que você acabou de comer. Isso retarda a digestão. Uma vez que essa 'mistura' reage com o ácido digestivo, ela reparte-se e é absorvida pelo intestino mais depressa do que o alimento sólido. Será o intestino. Muito em breve, isso vai se transformar em gordura e levar ao câncer. É melhor tomar uma sopa quente ou água quente após cada refeição.


Sintomas comuns de ataque cardíaco grave
Uma nota sobre os ataques cardíacos - Você deve saber que nem todos os sintomas de ataques cardíacos vão ser dor no braço esquerdo. Esteja ciente de dor intensa no queixo. Você pode nunca ter primeiro uma dor no peito no decurso de um ataque cardíaco.


Náuseas e sudorese intensa são sintomas muito comuns. 60% das pessoas têm ataques cardíacos enquanto dormem e não conseguem despertar. Uma dor no maxilar pode despertar-te de um sono profundo. Vamos ser cuidadosos e estar atentos. Quanto mais se sabe, melhor a chance de sobreviver.


Um cardiologista diz que se todos os que lerem esta mensagem enviarem para 10 pessoas, você pode ter certeza que vão salvar pelo menos uma vida. Seja um verdadeiro amigo e envie este artigo para todos os seus amigos que você gosta.

sábado, 15 de outubro de 2011

EXTRA EXTRA, ATENÇÃO RIO GRANDENSES

Essa gauchada vai ainda mais longe !!!
Marcopolo fabricará ônibus espacial ( de primeira)

Gaúchos devem chegar em Marte nos próximos 5 anos. Agora é oficial. Já se sabia que a tecnologia espacial estava bem avançada na República Riograndense, mas agora o projeto vai deslanchar.
Segundo a Agência Espacial Gaúcha (AEG), a Marcopolo assinou um contrato com o Governo Federal da República dos Pampas para construir a primeira nave gaúcha.
A espaçonave terá lugar para 10 viventes e contará com churrasqueira, fogão de campanha, dispensa, dormitórios, bagageiro, quarto de banho e latrina. Já estão confirmados na viagem um gaiteiro e um pandeirista, que tem os nomes preservados por razões de segurança. De mantimento vai um pouco de tudo - erva-mate, bergamota, rapadura, charque e linguiça do Allembrandt, arroz, feijão preto e de cor, bolacha e principalmente, canha.
Segundo o chefe da AEG, Werner Von Fagundes, taura crânio muito inteligente responsável pelos estudos, os americanos jogaram a toalha na corrida espacial porque não tinham o direito de usar a tecnologia para revestimento da nave, já que esta é uma patente gaúcha. Trata-se de uma combinação de casca de cana, de Morungava, barro vermelho de Santo Ângelo, pedra moura moída (aquela lá do Nhanduí). Segundo os cientistas da Agência Espacial Gaúcha o material resiste a 10 mil graus de temperatura e também pode ser usado na blindagem de tanques de guerra.
A propulsão do foguete será à base de uma mistura de cachaça marisqueira de Osório com graspa de Ana Rech. Os pesquisadores gaúchos afirmam que ela é pelo menos 1000 vezes mais potente do que o combustível atualmente utilizado pela NASA e 3000 vezes mais potente que dinamite.
Há décadas que esta tecnologia vem sendo desenvolvida, em segredo, na Estância Porteira Fechada, lá perto da estação do Guaçu-boi, no Alegrete. Dizem que os comunistas andaram por lá para espionar. Foram mandados embora, no laço, pelo capataz e pelos vigias da estância. Os americanos, que tentavam desenvolver um trabalho parecido, na Área 51, foram convidados a visitar o projeto e tomar uns mate. Gostaram do que viram mas não trouxeram nada de novo ao know-cow daqui. Em nota à imprensa os nossos cientistas campeiros disseram: Tudo o que nos mostraram não é novidade, e tudo que mostramos a eles, ficaram boiando, de boca-aberta, não entenderam bosta nenhuma. É uma tecnologia anos-luz na frente da deles.
Werner Von Fagundes acrescentou: Estamos a passos largos para a conquista de Marte. Não vai 5 anos e teremos gente apeiando por lá. Pelo menos uma prenda já vai junto. Na missão, organizar o primeiro CTG espacial. Vamos em paz, mas pelo sim, pelo não, vai na mala de garupa de cada um, uma carneadeira coqueiro deitado, um trançado de 8, e uma coleção de garrucha. Vai que lá também tem marciano castelhano...
Massss crééééédo....!!!! O projeto está louco de bom ..... Barbaridade !






sexta-feira, 14 de outubro de 2011


Previdência complementar do servidor em urgência constitucional

Antônio de Queiroz
“Se não houver um recuo do governo ou mudanças significativas no texto, a previdência complementar porá fim à aposentadoria integral do servidor”
O projeto de lei que institui a previdência complementar e cria o fundo de pensão dos servidores públicos passou a tramitar em regime de urgência constitucional, conforme mensagem da presidente Dilma enviada ao Congresso, pela qual a matéria deverá ser apreciada em 45 dias sob pena de bloqueio da pauta do plenário.
A condução desse tema pelo governo não tem sido das melhores, por várias razões.
Em primeiro lugar pela incoerência de reduzir receita e aumentar despesa num momento em que o governo promove um duro ajuste fiscal, com o congelamento do salário de servidores, não contratação de concursados e o adiamento ou suspensão de concursos públicos este ano.
Em segundo lugar pela afronta que a transformação do projeto em lei representa para os servidores públicos, incluindo o modo como a matéria foi conduzida na Comissão de Trabalho, Administração e Serviço Público.
Em terceiro porque o governo não se entende sobre o assunto, com uma parte abrindo negociações com os servidores, como no caso da Secretaria-Geral da Presidência, que inclusive realizou seminário conjunto com o fórum que representa as carreiras exclusivas de Estado, o Fonacate, e outra parte, no caso o Ministério da Previdência Social, solicitando urgência para votação do projeto.
Em quarto lugar porque o fundo oferta o pior dos planos de benefícios, que é o de contribuição definida, exatamente aquele cujo risco é todo do participante e a complementação da aposentadoria depende do resultado das aplicações financeiras, sem qualquer solidariedade do patrocinador.
Se ao menos garantisse o plano de benefício definido, que assegura ao participante a complementação contratada, independentemente de oscilações e crises no mercado financeiro. No momento da aposentadoria, por esse plano, o servidor terá assegurada a complementação contratada, ainda que ao longo do tempo tivesse variação em sua contribuição e na do patrocinador, para maior ou para menor.
Na Previ do Banco do Brasil, por exemplo, não apenas os funcionários com planos de beneficio definido estão há anos sem contribuir, pela excelente situação do plano, como
têm recebido parcelas do superávit do fundo. Mas esses funcionários ingressaram na previdência complementar num período em que o marco legal era outro e o patrocinador podia, sem qualquer impedimento, contribuir com quantas vezes quisesse mais que o participante.
E em quarto, isto é mais grave, com manipulação de informações.
As simulações apresentadas pelo Ministério da Previdência em defesa do projeto, segundo informações seguras, não consideram a paridade de contribuição, de 7,5% do participante e 7,5% do governo .
O cálculo apresentado considera 7,5% do governo, como patrocinador, e 11% do servidor público, como participante. Isso não é correto. Se a simulação fosse paritária, com o limite de 7,5% de cada, a complementação seria irrisória.
A Anfip – Associação dos Auditores Fiscais da Receita Federal do Brasil, fez o cálculo com as contribuições paritárias, de 7,5% cada (participante e patrocinador), e chegou à conclusão que o servidor que contribuir durante 35 anos terá direito a uma complementação de 80% de sua última remuneração pelo prazo máximo de onze anos.
Como em nosso sistema previdenciário as mulheres se aposentam cinco anos mais cedo do que os homens, tanto em idade quanto em tempo de serviço, elas terão que trabalhar pelo menos cinco anos a mais para poder usufruir por onze anos do benefício complementar. Se for professora terá que trabalhar mais dez anos ou receber um benefício complementar insignificante.
Em outras palavras, um servidor (homem ou mulher) que se aposentar aos 60 anos de idade e 35 de contribuição só terá sua complementação até os 71 anos, passando, após essa idade, a viver exclusivamente com o benefício do regime próprio, que fica limitado ao texto do INSS, atualmente de R$ 3.689,66.
Não bastasse tudo isto, ainda existe a suspeita de que o projeto pode favorecer o mercado financeiro, já que o artigo 15 do substitutivo aprovado na Comissão de Trabalho prevê a contratação de instituições financeiras para administrar a carteira de valores mobiliários, podendo cada contratada aplicar até 40% de todas as reservas e recursos garantidores do plano de benefício.
O projeto, que ainda deveria passar por três comissões – Seguridade; Finanças e Tributação, e Constituição e Justiça – poderá ser votado em plenário a qualquer momento. Se não houver um recuo do governo ou mudanças significativas no texto, a previdência complementar será aprovada com todas essas implicações e porá fim à aposentadoria integral do servidor.
Antônio de Queiroz
* Jornalista, analista político, diretor de documentação do Departamento Intersindical de Assessoria Parlamentar (Diap), colunista da revista Teoria e Debate, idealizador e coordenador da publicação Cabeças do Congresso. É autor dos livros Por dentro do processo decisório – como se fazem as leis e Por dentro do governo – como funciona a máquina publica.

ENTREVISTA: Antônio Queiroz - Diretor do Diap
O que representa o PL 1992/07 para os servidores públicos, mas especificamente os federais?
QUEIROZ - Representa, na prática, a privatização da previdência do servidor. Com a adoção da previdência complementar, o regime próprio limitará os benefícios ao teto do regime geral, a cargo do INSS, e eliminará o direito à aposentadoria integral. Atualmente o texto do INSS é de R$ 3.689,66, o que corresponde a 6,77 salários mínimos. Como o salário mínimo tem tido aumentos reais, mantida a política de valorização do mínimo sem repasse para os benefícios previdenciários, brevemente o teto do INSS equivalerá a algo como três salários mínimos, que era exatamente a proposta do mercado para a previdência pública.

O projeto passou pela Comissão de Trabalho a Câmara, mas ainda falta ser apreciado por outras comissões técnica antes de seguir para votação no plenário. Existe a possibilidade da rejeição do PL?
QUEIROZ - A possibilidade de rejeição é remota. O máximo que se poderá conseguir será alguns pequenos ajustes, nada que modifique substancialmente a proposta. Aliás, o governo vai pedir urgência constitucional para que a matéria seja votada diretamente no plenário nos próximos 45 dias.

Qual o modelo de previdência ideal para o funcionalismo?
QUEIROZ - O atual, do regime próprio, que garante aposentadoria integral e com paridade. No caso de adoção da previdência complementar, se o plano ofertado fosse de benefício definido, no qual há solidariedade entre participante e patrocinador e o servidor saberia previamente quanto iria receber de complementação, seria menos pior. Mas o plano ofertado para os servidores no PL 1992 é exclusivamente o de contribuição definida, que é aquele em que o servidor sabe com quanto contribui hoje, mas não tem a menor ideia de quanto terá de complementação no momento da aposentadoria. Seu benefício dependerá de uma série de fatores sobre os quais o servidor não possui controle. Por exemplo, depende da rentabilidade das aplicações, depende de competência gerencial dos diretores do fundo de pensão, depende do valor da contribuição, que apenas de 7,5% do servidor e 7,5% do governo, depende do tamanho da taxa de administração e das demais despesas administrativas, que são retiradas daquele valor de contribuição.

O PL 1992 é o início de uma ampla reforma da previdência?
QUEIROZ - Na verdade, é a conclusão da reforma iniciada no Governo FHC. Pelas regras atuais, enquanto não for implementada a previdência complementar, o servidor contribui com 11% sobre a totalidade de seu salário e o governo com 22% sobre esse mesmo montante, totalizando 33% para garantir a aposentadoria no futuro. Com tamanha reserva, é praticamente impossível não ter uma aposentadoria decente. Com a previdência complementar, em lugar de 33%, serão destinados à complementação da aposentadoria apenas 15% (7,5%do servidor e 7,5% do governo) e deste valor será retirado o dinheiro para contratar os benefícios de risco (invalidez e morte) e também as taxas de administração do fundo e as despesas de custeio, como a contratação de pessoal etc.




quinta-feira, 13 de outubro de 2011

HERMES E O ESCULTOR

Hermes quis saber qual o grau de estima que os homens lhe devotavam. Tomou a aparência de um mortal e foi ao ateliê de um escultor. Ao ver uma estátua de Zeus, perguntou:
- Quanto custa?
- Um dracma - respondeu o homem.
Hermes sorriu:
- E aquela, de Hera?
- É mais cara.
Hermes viu então sua própria estátua. Achava que, sendo ao mesmo tempo mensageiro e deus do comércio, seu preço seria bem mais alto.
E Hermes quanto custa? - quis saber.
- Oh, se comprares as outras duas, a leva de brinde.
Quem se acha o tal termina valendo menos que o esperado

(Fábula de ESOPO - Século VI a.C)

Bolívia: uma idéia de progresso, uma idéia de justiça

Por Sue Iamamoto


Ela preferiu atribuir à classe operária o papel de salvar gerações futuras. Com isso, ela a privou das suas melhores forças. A classe operária desaprendeu nessa escola tanto o ódio como o espírito de sacrifício. Porque um e outro se alimentam da imagem de antepassados escravizados, e não dos descendentes liberados.
Assim critica Walter Benjamin a ânsia por progresso da social democracia, na sua tese XII “Sobre o Conceito de História”. Ao priorizar a imagem destes antepassados, Benjamin defende que os socialistas devem se guiar por uma ideia de justiça e não por uma ideia de progresso. Estes são dois ideais que marcaram a história do socialismo nos últimos dois séculos e que voltam a se enfrentar de forma contundente no atual panorama político da Bolívia.
Entre 2000 e 2005, este país viveu uma convulsão de movimentos sociais que questionaram profundamente a ordem neoliberal vigente. A Guerra da Água em Cochabamba (2000) combateu a privatização de um recurso vital e demandou que tal recurso fosse administrado comunitariamente. Na Guerra do Gás (2003), setores populares de todo o país demandaram a renúncia do presidente Gonzalo Sánchez de Lozada e anunciaram a agenda de outubro, que pedia nacionalização e industrialização dos hidrocarbonetos, reforma agrária e assembleia constituinte para refundar o país com base na sua descolonização (ou seja, que a Bolívia fosse culturalmente e institucionalmente representativa da maioria indígena que compunha a sua população). Estes temas marcaram o conteúdo inicial do proceso de cambio impulsionado pelo governo de Evo Morales a partir da sua eleição em 2005.
Noções de progresso e de justiça caminharam de mãos dadas neste movimento antineoliberal, unificado graças à ideia de uma elite política que seria ao mesmo tempo antidesenvolvimentista e senhorial-oligárquica, uma elite “antipátria e crioula”. Quando o bloco popular anterior passa a assumir as tarefas estatais, contudo, este inimigo comum, que antes era materializado no Estado, perde a sua força. A ideia de progresso e a ideia de justiça passam a se enfrentar de forma crescente.
O recente conflito envolvendo o Território Indígena e Parque Nacional Isiboro Sécure (Tipnis) é um dos exemplos mais extremos desta pugna. Resumidamente, o governo de Evo Morales está construindo uma estrada que corta o Tipnis, alegando sua necessidade para o desenvolvimento das comunidades camponesas, para as quais a construção de caminhos sempre foi uma demanda constante. Apoiam a medida as principais organizações do campesinato boliviano, que representam a base social mais fiel do governo. Contudo, apoiados pelas principais representações indígenas do país, os povos que habitam o Tipnis se pronunciaram contra a construção da estrada, que causaria prejuízos à preservação ambiental da reserva e à manutenção de seus usos e costumes, priorizando os interesses sub-imperialistas brasileiros (a obra é financiada pelo BNDES, é realizada pela construtora brasileira OAS, e faz parte de um corredor bioceânico do projeto IIRSA) e de empresas interessadas na exploração petroleira da área (como a Repsol). O conflito atingiu níveis inimagináveis no último mês, quando a polícia impediu violentamente o avanço da marcha em repúdio à construção da estrada, que ia em direção à La Paz.
Não creio que seja fácil a escolha entre uma demanda por progresso (em um dos países mais pobres do continente, que carece de um sem fim de serviços públicos e que depende da exploração dos recursos naturais para financiar políticas sociais básicas) e uma demanda por justiça (com povos indígenas sendo historicamente excluídos das decisões políticas que os afetam, sofrendo com violências sociais, econômicas e políticas sistemáticas). Muitos defenderão que é possível pensar um desenvolvimento baseado nas lógicas indígenas de “viver bem” e “respeito à Mãe Terra”, este inclusive tem sido um dos discursos oficiais do próprio governo de Evo Morales. Mas os fatos políticos apontam que esta síntese, se é que existe, parece muito difícil de ser encontrada, principalmente ao se manter intocada a estrutura do Estado moderno capitalista. Se o socialismo no século XXI quer existir, ele deve aprender com os erros que viveu durante o século XX: não é possível compreender a irracionalidade do mundo capitalista se nos esquecemos que este produz escravos.

Sue Iamamoto é cientista política e autora da dissertação de mestrado “O nacionalismo boliviano em tempos de plurinacionalidade: Revoltas antineoliberais e constituinte (2000-2009)”, do Departamento de Ciência Política da Universidade de São Paulo.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

PRECATÓRIOS



Extraído de: OAB - Rio de Janeiro - 07 de Outubro de 2011 STF inicia julgamento de emenda constitucional dos precatórios Compartilhe

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Carlos Ayres Britto votou ontem pela derrubada da Emenda Constitucional nº 62, que criou em 2009 um regime especial para pagamento de precatórios - dívidas públicas reconhecidas judicialmente. A emenda permitiu aos Estados, Distrito Federal e municípios parcelar seus débitos em 15 anos, ou destinar de 1% a 2% de sua receita corrente líquida para o pagamento desses títulos. Na tarde de ontem, o STF começou a julgar quatro ações pedindo a declaração de inconstitucionalidade da emenda. Após o voto de Ayres Britto, relator dos processos, declarando o texto inconstitucional, o julgamento foi interrompido por um pedido de vista do ministro Luiz Fux.

Em seu voto, Ayres Britto teceu duras críticas à Fazenda Pública por não honrar suas dívidas, e lembrou que a norma questionada ficou conhecida como "Emenda do Calote". Para ele, o regime especial de parcelamento segue uma "lógica hedonista de que as dívidas do Estado devem ser pagas quando e se o governante assim desejar". Nas palavras do ministro, trata-se de um "caricato surrealismo jurídico" em que "o Estado se coloca muito acima da lei e da Constituição". O ministro Março Aurélio se adiantou com um comentário: "Em última análise, o que se tem é um calote oficial."

Além de parcelar a quitação das dívidas públicas, a Emenda 62 criou um leilão pelo qual os credores que oferecerem maior desconto nos precatórios recebem primeiro - alterando com isso o critério cronológico de pagamento. Modificou ainda a correção monetária dos títulos, estipulando como índice a caderneta de poupança - desfavorável ao credor.

As quatro ações diretas de inconstitucionalidade (Adins) foram apresentadas pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Confederação Nacional da Indústria (CNI) e as associações nacionais de magistrados estaduais (Anamages) e trabalhistas (Anamatra). O principal argumento é que a emenda viola diversos princípios constitucionais, como o da dignidade humana, da separação dos poderes (ao permitir que o Executivo altere critérios de pagamento definidos pelo Judiciário), da segurança jurídica e da coisa julgada. A OAB estima que os precatórios dos Estados, Distrito Federal e municípios somem R$ 100 bilhões.

As quatro Adins foram levadas a plenário inicialmente em 16 de julho, quando as partes envolvidas se manifestaram. O advogado-geral da União, Luís Inácio Adams, reconheceu que o regime de precatórios "não tem satisfeito nossa demanda por prestação jurisdicional", mas afirmou que o Estado tem que balancear o pagamento com obrigações em outras áreas, como educação, saúde e estabilidade econômica.

Em seu voto, Ayres Britto narrou que pediu informações aos Estados e municípios quanto a suas contas. E chegou à conclusão de que, em muitos casos, não se trata de uma escolha entre pagar precatórios ou prestar serviços básicos. O ministro mencionou, por exemplo, que o Distrito Federal pagou R$ 6,5 milhões em precatórios em 2008, enquanto gastou mais de R$ 152 milhões em publicidade. "Fica evidente que o montante atual da dívida é resultado do descaso dos governantes com as decisões judiciais", declarou o ministro.

Se acompanhado pela Corte, o voto de Ayres Britto derrubará a emenda na íntegra, pois declarou sua inconstitucionalidade formal. O ministro entendeu que, ao aprová-la, o Congresso não seguiu o rito exigido pela Constituição. Ayres Britto propôs que, para solucionar o impasse, a União assuma os débitos de Estados e municípios como garantidora, e faça um refinanciamento.

Autor: Fonte: jornal Valor Econômico.

domingo, 9 de outubro de 2011

A CAMELA

Uma camela atravessava um rio de águas turbulentas. Tendo defecado, as fezes levadas pelo redemoinho foram parar no seu focinho. Ela então exclamou:
- Como é que o que estava atrás veio parar na minha frente?
Em certas ocasiões, os sensatos são ultrapassados pelos piores imbecis.

(Fábula de Esopo, Século VI a.C.)

terça-feira, 4 de outubro de 2011

O CRAVO NÃO BRIGOU COM A ROSA





Texto de Luiz Antônio Simas

Chegamos ao limite da insanidade da onda do politicamente correto.
Soube dia desses que as crianças, nas creches e escolas, não cantam mais O cravo brigou com a rosa. A explicação da professora do filho de um camarada foi comovente: a briga entre o cravo - o homem - e a rosa - a mulher - estimula a violência entre os casais. Na nova letra "o cravo encontrou a rosa debaixo de uma sacada/o cravo ficou feliz /e a rosa ficou encantada".

Que diabos é isso? O próximo passo é enquadrar o cravo na Lei Maria da Penha.
Será que esses doidos sabem que O cravo brigou com a rosa faz parte de uma suíte de 16 peças que Villa Lobos criou a partir de temas recolhidos no folclore brasileiro?

É Villa Lobos, cacete!

Outra música infantil que mudou de letra foi Samba Lelê. Na versão da minha infância o negócio era o seguinte:
Samba Lelê tá doente/
Tá com a cabeça quebrada/
Samba Lelê precisava/
É de umas boas palmadas.
A palmada na bunda está proibida. Incita a violência contra a menina Lelê. A tia do maternal agora ensina assim:
Samba Lelê tá doente/
Com uma febre malvada/
Assim que a febre passar/
A Lelê vai estudar.

Se eu fosse a Lelê, com uma versão dessas, torcia pra febre não passar nunca. Os amigos sabem de quem é Samba Lelê? Villa Lobos de novo. Podiam até registrar a parceria. Ficaria assim: Samba Lelê, de Heitor Villa Lobos e Tia Nilda do Jardim Escola Criança Feliz.

Comunico também que não se pode mais atirar o pau no gato, já que a música desperta nas crianças o desejo de maltratar os bichinhos. Quem entra na roda dança, nos dias atuais, não pode mais ter sete namorados para se casar com um. Sete namorados é coisa de menina fácil.
Ninguém mais é pobre ou rico de marré-de-si, para não despertar na garotada o sentido da desigualdade social entre os homens.

Dia desses alguém [não me lembro exatamente quem se saiu com essa e não procurei a referência no meu babalorixá virtual, Pai Google da Aruanda] foi espinafrado porque disse que ecologia era, nos anos setenta, coisa de viado. Qual é o problema da frase? Ecologia, de fato, era vista como coisa de viado. Eu imagino se meu avô, com a alma de cangaceiro que possuía, soubesse, em mil novecentos e setenta e poucos, que algum filho estava militando na causa da preservação do mico leão dourado, em defesa das bromélias o u coisa que o valha. Bicha louca, diria o velho.

Vivemos tempos de não me toques que eu magôo. Quer dizer que ninguém mais pode usar a expressão coisa de viado ? Que me desculpem os paladinos da cartilha da correção, mas isso é uma tremenda babaquice. O politicamente correto é a sepultura do bom humor, da criatividade, da boa sacanagem. A expressão coisa de viado não é, nem a pau (sem duplo sentido), ofensa a bicha alguma.

Daqui a pouco só chamaremos o anão - o popular pintor de roda-pé ou leão de chácara de baile infantil - de deficiente vertical .
O crioulo - vulgo picolé de asfalto ou bola sete (depende do peso) - só pode ser chamado de afrodescendente.
O branquelo - o famoso branco azedo ou Omo total - é um cidadão caucasiano desprovido de pigmentação mais evidente.
A mulher feia - aquela que nasceu pelo avesso, a soldado do quinto batalhão de artilharia pesada, também conhecida como o rascunho do mapa do inferno - é apenas a dona de um padrão divergente dos preceitos estéticos da contemporaneidade.
O gordo - outrora conhecido como rolha de poço, chupeta do Vesúvio, Orca, baleia assassina e bujão - é o cidadão que está fora do peso ideal.
O magricela não pode ser chamado de morto de fome, pau de virar tripa e Olívia Palito.
O careca não é mais o aeroporto de mosquito, tobogã de piolho e pouca telha.

Nas aulas sobre o barroco mineiro, não poderei mais citar o Aleijadinho. Direi o seguinte: o escultor Antônio Francisco Lisboa tinha necessidades especiais... Não dá. O politicamente correto também gera a morte do apelido, essa tradição fabulosa do Brasil.

O recente Estatuto do Torcedor quer, com os olhos gordos na Copa e 2014, disciplinar as manifestações das torcidas de futebol. Ao invés de mandar o juiz pra pqp e o centroavante pereba
tomar no. . .,cantaremos nas arquibancadas o allegro da Nona Sinfonia de Beethoven, entremeado pelo coro de Jesus, alegria dos homens, do velho Bach.


Falei em velho Bach e me lembrei de outra. A velhice não existe mais. O sujeito cheio de pelancas, doente, acabado, o famoso pé na cova, aquele que dobrou o Cabo da Boa Esperança, o cliente do seguro funeral, o popular tá mais pra lá do que pra cá, já tem motivos para sorrir na beira da sepultura. A velhice agora é simplesmente a "melhor idade".

Se Deus quiser morreremos, todos, gozando da mais perfeita saúde. Defuntos? Não.
Seremos os inquilinos do condomínio Cidade do pé junto.

Abraços,
Luiz Antônio Simas

(Mestre em História Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e professor de História do ensino médio).









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