quinta-feira, 29 de agosto de 2013

Speed Flying from the Mont Blanc with beautiful Mountain Scenerie

parapente suicida CSCVL- rj 17 08 2013 - (LEIA O DESABAFO ABAIXO) obrig !!

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

quarta-feira, 21 de agosto de 2013

FIM DA CORRUPÇÃO....

Caroline d´Essen - Avaaz.org
21:38 (19 horas atrás)
para mim
Caros amigos do Brasil, 



Muitos disseram que nunca conseguiríamos aprovar a Ficha Limpa, mas provamos a todos que eles estavam errados. Agora, temos uma chance de terminar o trabalho que começamos e aprovar uma nova reforma proposta pelo movimento. Uma proposta que tiraria o dinheiro das empresas da nossa política e daria aos eleitores mais voz sobre o rumo da nossa democracia. Temos menos de 24 horas para expressar nosso apoio a plenos pulmões. Assine agora e compartilhe com todos:

Assine a petição
Os brasileiros esperaram bastante até que o caso do Mensalão chegasse ao Supremo Tribunal Federal. E outros casos como este, difíceis de engolir – grande exemplo da ganância e presunção dos nossos representantes! – agora estão nas mãos da Justiça. E agora está em nossas mãos uma oportunidade única para acabar com a corrupção. 

Nesta quarta-feira, o MCCE (Movimento de Combate à Corrupção Eleitoral) irá até a Câmara dos Deputados pressionar por uma nova reformaque tiraria o dinheiro de grandes empresas da nossa política de uma vez por todas edaria aos eleitores mais voz sobre quem nos representa. Essa pode ser a continuação da Ficha Limpa! Mais de cem deputados vão se reunir para analisar a proposta “Eleições Limpas” neste dia e, se como cidadãos nos unirmos e apoiarmos o texto, o movimento acredita que podemos forçar uma votação até o mês que vem. 

No passado, nos disseram que a Ficha Limpa era algo impossível, mas mostramos que eles estavam errados. Vamos provar mais uma vez que eles estão errados e conseguir 1 milhão de assinaturas para apoiar a proposta "Eleições Limpas" e continuar a marcha pela democracia que queremos no Brasil. Temos pouco tempo para mostrar aos deputados nosso apoio a esta proposta -- vamos assinar e espalhar para todos: 

http://www.avaaz.org/po/brasil_eleicoes_limpas_lkcd/?biAzibb&v=28269 

Os brasileiros nas ruas de norte a sul estão exigindo uma democracia mais representativa e participativa, que leve em conta nossas necessidades básicas e as preocupações do povo. A proposta "Eleições Limpas" dá ao povo mais poder para decidir o rumo das nossas eleições desta forma:
    1. Votar em uma ideia, não em uma personalidade. Atualmente, a maioria dos nossos poíticos não são eleitos por causa de suas ideias, mas porque eles têm fama e um nome reconhecido. Um exemplo é o Tiririca, que recebeu mais de 1 milhão de votos usando o bordão "Pior do que tá não fica!". Um novo sistema organizaria as eleições em duas rodadas de votação: primeiro votaríamos em programas e políticas específicas, e depois nos candidatos. Dessa maneira, os partidos serão obrigados a atrair os eleitores com a força de suas ideias, e não com o uso de celebridades ou artimanhas da propaganda eleitoral.

    2. Eleições Realmente Populares. No sistema de hoje, os mais ricos e os mais poderosos geralmente conseguem aprovar as leis que querem, porque financiam as campanhas políticas e, em retorno, são beneficiados com políticas e contratos que enchem seus próprios bolsos. O financiamento público de campanhas e o financiamento por pequenas doações feitas por pessoas físicas vai permitir que os candidatos honestos entrem na jogada e participem da corrida eleitoral sem precisar andar de mãos dadas com ricos financiadores. Vamos imaginar por um momento: e se nossos representantes prestassem contas a quem os elegeu e não aos ricos doadores de sua campanha?

    3. Liberdade de Expressão. Quando se trata de eleições, o Brasil do século XXI possui leis restritivas do século passado que limitam a nossa liberdade de expressão em momentos importantes antes das eleições de fato, e que permitem, por exemplo, multar jornalistas, blogueiros ou críticos que escrevem qualquer coisa que potencialmente "ofenda a dignidade ou a honra" dos candidatos! Nossa democracia ainda jovem precisa de MAIS discussão política, não menos, e as pessoas que participam da corrida eleitoral por um cargo público para nos representar devem abraçar essas questões e ouvir a opinião do seu eleitorado.
Precisamos agir rápido e dar a este projeto uma chance. Os interessados em manter o status quo estão mais do que felizes em desviar nossa atenção com “reformas” ruins, mas se nós lutarmos por uma reforma profunda, podemos direcionar a mesma energia das ruas para uma mudança real e tangível. Vamos todos assinar e compartilhar esta campanha e, na quarta-feira, mostrar aos deputados o que entendemos como verdadeira reforma. Cada assinatura que coletarmos será contabilizada como uma das assinaturas necessárias para apresentar a proposta como lei de iniciativa popular no Congresso

http://www.avaaz.org/po/brasil_eleicoes_limpas_lkcd/?biAzibb&v=28269 

A história está caminhando rápido em nosso enorme país: um lugar bonito, confuso e diversificado. O trabalho necessário para fazer dele um lugar melhor, mais igual e mais justo não será fácil. Mas a comunidade da Avaaz já enfrentou grandes desafios em todo o mundo e sabe que uma vitória não é algo fora do nosso alcance. Juntos, vamos trazer o nosso país para um novo século e uma nova democracia. 

Com esperança e determinação, 

Carol, Diego, Nádia, Joseph, Ian e toda a equipe da Avaaz 

MAIS INFORMAÇÕES: 

Eleições Limpas
https://eleicoeslimpas.org.br 

Eleições Limpas faz mutirão e corre contra o tempo em busca de assinaturas para aprovar reforma política (Zero Hora)
http://zerohora.clicrbs.com.br/rs/politica/noticia/2013/08/eleicoes-limpas-faz-mutirao-e-corre-contra-o-tempo-em-busca-de-assinaturas-para-aprovar-reforma-politica-4236212.html 

OAB quer reforma política que libere propaganda eleitoral na internet (Globo)
http://g1.globo.com/politica/noticia/2013/08/oab-quer-reforma-politica-que-libere-propaganda-eleitoral-na-internet.html 

OAB e UNE defendem financiamento público de campanha (Exame)
http://exame.abril.com.br/brasil/noticias/oab-e-une-defendem-financiamento-publico-de-campanha 

Presidente da CCJ manifesta apoio a proposta popular de reforma política (Agência Câmara)
http://www2.camara.leg.br/camaranoticias/noticias/POLITICA/449248-PRESIDENTE-DA-CCJ-MANIFESTA-APOIO-A-PROPOSTA-POPULAR-DE-REFORMA-POLITICA.html 

OAB entrega à CCJ proposta de reforma política que acaba com o efeito Tiririca (Estadão)
http://www.estadao.com.br/noticias/nacional,oab-entrega-a-ccj-proposta-de-reforma-politica-que-acaba-com-o-efeito-tiririca,1063646,0.htm 


sábado, 17 de agosto de 2013

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sexta-feira, 9 de agosto de 2013

terça-feira, 6 de agosto de 2013

PRECARIADO, UMA NOVA CLASSE SOCIAL

"O Precariado, uma nova classe social" desvenda os segredos desta recente sociedade dominada pelo nascimento de um coletivo "que não encontra respostas e que não se identifica com nenhum outro grupo estabelecido", declarou Standing em entrevista à Agência Efe. Dominado por contratos temporários, insegurança e o temor constante de perder o emprego, o precariado se viu obrigado a mudar de mentalidade, na qual o pensamento cortoplacista, o estresse e o medo de perder o nível de vida substituíram a vontade de desfrutar o tempo livre. O precariado não é só produto de retalhos desalinhavados, é um coletivo infectado por uma doença endêmica dos países mais desenvolvidos: o déficit político e o suicídio do estado do bem-estar, que agora não permite diferenciar o trabalhador médio dos demais. Os cortes e a era de austeridade, bandeira da maioria dos governos europeus, provocaram o renascimento de partidos neofascistas que empregam discursos de ódio como força motriz de suas campanhas políticas e que, nas palavras de Standing, acabarão com todo o conhecido. "São discursos que prometem 'felicidade' a uma 'maioria' e culpam a minoria por erros do próprio governo, cimentados no medo e produtos de uma classe política sem escrúpulos", continuou Standing, que assegurou que esta tendência terminará por desaparecer. Discursos populistas que se mostram "hostis com os imigrantes, os homossexuais, inconformistas e, seguramente, com você e comigo, mais cedo ou mais tarde", opinou. Os jovens enganados Mas a situação precária também afeta os universitários formados, muitos dos quais se sentem "enganados" por terem entrado em um sistema que lhes prometia trabalho certo e que, no entanto, lhes joga ao desemprego. "Obviamente trabalhar em um supermercado não é o emprego da minha vida, mas é o único que posso aspirar nesta situação", disse à Efe Francisco, estudante espanhol prestes a se formar em Biologia na Universidade Complutense de Madri, que após quatro meses em uma rede de supermercados retornou ao desemprego. "Estudo apenas duas disciplinas ao ano enquanto trabalho para poder pagar o crédito da universidade que sobe a cada ano", afirmou outro estudante. Universitários em trabalhos sem vocação, bolsistas sem garantias, e adultos incapazes de abandonar a casa dos pais por medo da incerteza também fazem parte do precariado. "Uma juventude frustrada que acredita que comprou um bilhete de loteria quando foi exigida a estudar para construir uma carreira", comentou Standing. Para o economista, estes jovens são as principais vítimas da crise, que convivem submetidos a pressões psicológicas. O precário está vivendo uma nova doutrina de choque. Aversão, frustração e alienação são outros dos sentimentos dominantes do precariado. No entanto, trabalhar sem receber ou receber muito pouco não lhes transforma em precários. Deste modo, Standing diferencia os estagiários e os demais trabalhadores. "O estagiário está lavrando seu futuro, é consciente dos abusos que sofre, mas o aceita porque é a única maneira de progredir em seu trabalho", explicou Standing no livro. Enquanto para uns o trabalho temporário é uma oportunidade de fazer carreira, para outros é uma forma de morrer na tentativa. Muitos identificarão esta situação com o arcaico período industrial e acharão que o precariado recupera o sentido de proletariado, mas não poderiam estar mais longe da realidade. Revolucionar o futuro O proletariado era um "privilegiado" com relação ao precariado. Tinha certa segurança em seu posto de emprego e renunciava aos direitos sociais em troca de um trabalho fixo que lhe permitisse experimentar um aumento de seu nível de vida. No entanto, "o precariado sofre toda a pressão da flexibilidade salarial: salário baixo, variável e imprevisível", escreveu Standing sobre uma classe social que não sabe onde estará amanhã. "A insegurança crônica que vive submete o precariado a um estado de ansiedade constante, está alienado porque não trabalha no que deseja e está furioso com uma sociedade que lhe apresenta um futuro sem futuro", destacou Standing. No entanto, não é momento para a compaixão. Todas as revoluções sociais se cimentaram sobre a ira e a dor e, desde 2011, os movimentos revolucionários ressuscitaram em vários países. "A energia das ruas é o motor do progresso", assinalou Standing. Desde as primaveras árabes até os indignados de Madri, todos eles batalham contra a precariedade, imposta a golpe de ferro em todos os países do mundo, lutam por políticas progressivas às quais Standing define como "políticas do paraíso". Antes símbolo dos países mais subdesenvolvidos, a pobreza social chegou aos motores industriais, ao coração do mundo. "Um dos principais motivos pelos quais o precariado surgiu nos países mais industrializados foram as pressões exercidas pelo crescimento de estados como China e Índia, países dominados pelo precariado", explicou Standing. Este sistema terminou com o princípio de solidariedade social, se é que alguma vez existiu, embora Standing considere que está se iniciando um processo de transformação "global", que propiciará a "criação de uma agenda progressista que recolherá as reivindicações do precariado." Alguns poderiam crer que "O precariado, uma nova classe social" é outro livro nascido das entranhas da crise. Mas este ensaio sociológico reflete o nascimento de um coletivo que já tomou forma. Para Standing, todos somos precariados e esta realidade "nos permite deixar para trás a vergonha para dizer orgulhosamente que nós também fizemos parte deste grupo". Guy Standing Professor de Economia da Universidade de Londres

quinta-feira, 1 de agosto de 2013

Rádio Bom Gosto

Rádio Bom Gosto Webmail tem a melhor música.
24 horas no ar.
rbgw.webradioo.net

UM POUCO DE CULTURA:

 
EXPRESSÕES CURIOSAS USADAS NA LÍNGUA PORTUGUESA
JURAR DE PÉS JUNTOS:
Mãe, eu juro de pés juntos que não fui eu. A expressão surgiu através
das torturas executadas pela Santa Inquisição, nas quais o acusado de
heresias tinha as mãos e os pés amarrados (juntos) e era torturado
para dizer nada além da verdade. Até hoje o termo é usado para
expressar a veracidade de algo que uma pessoa diz.

TIRAR O CAVALO DA CHUVA:
Pode ir tirando seu cavalinho da chuva porque não vou deixar você sair
hoje! No século XIX, quando uma visita iria ser breve, ela deixava o
cavalo ao relento em frente à casa do anfitrião e se fosse demorar,
colocava o cavalo nos fundos da casa, num lugar protegido da chuva e
do sol. Contudo, o convidado só poderia pôr o animal protegido da
chuva se o anfitrião percebesse que a visita estava boa e dissesse:
"pode tirar o cavalo da chuva".  Depois disso, a expressão passou a
significar a desistência de alguma coisa.

DAR COM OS BURROS N'ÁGUA:
A expressão surgiu no período do Brasil colonial, onde os tropeiros
que escoavam a produção de ouro, cacau e café, precisavam ir da região
Sul à Sudeste sobre burros e mulas. O facto era que muitas vezes esses
burros, devido à falta de estradas adequadas, passavam por caminhos
muito difíceis e regiões alagadas, onde os burros morriam afogados.
Daí em diante o termo passou a ser usado para se referir a alguém que
faz um grande esforço para conseguir algum feito e não consegue ter
sucesso naquilo.

GUARDAR A SETE CHAVES:
No século XIII, os reis de Portugal adoptavam um sistema de
arquivamento de jóias e documentos importantes da corte através de um
baú que possuía quatro fechaduras, sendo que cada chave era
distribuída a um alto funcionário do reino. Portanto eram apenas
quatro chaves. O número sete passou a ser utilizado devido ao valor
místico atribuído a ele, desde a época das religiões primitivas. A
partir daí começou-se a utilizar o termo "guardar a sete chaves" para
designar algo muito bem guardado...

OK:
A expressão inglesa "OK" (okay), que é mundialmente conhecida para
significar algo que está tudo bem, teve sua origem na Guerra da
Secessão, no EUA. Durante a guerra, quando os soldados voltavam para
as bases sem nenhuma morte entre a tropa, escreviam numa placa "0
killed" (nenhum morto), expressando sua grande satisfação, daí surgiu
o termo "OK".

ONDE JUDAS PERDEU AS BOTAS:
Existe uma história não comprovada, de que após trair Jesus, Judas
enforcou-se  numa árvore sem nada nos pés, já que havia posto o
dinheiro que ganhou por entregar Jesus dentro de suas botas. Quando os
soldados viram que Judas estava sem as botas, saíram em busca delas e
do dinheiro da traição. Nunca ninguém ficou sabendo se acharam as
botas de Judas. A partir daí surgiu à expressão, usada para designar
um lugar distante, desconhecido e inacessível.

PENSANDO NA MORTE DA BEZERRA:
A história mais aceitável para explicar a origem do termo é
proveniente das tradições hebraicas, onde os bezerros eram
sacrificados para Deus como forma de redenção de pecados. Um filho do
rei Absalão tinha grande apego a uma bezerra que foi sacrificada.
Assim, após o animal morrer, ele ficou se lamentando e pensando na
morte da bezerra. Após alguns meses o garoto morreu.

PARA INGLÊS VER:A expressão surgiu por volta de 1830, quando a Inglaterra exigiu que o
Brasil aprovasse leis que impedissem o tráfico de escravos. No
entanto, todos sabiam que essas leis não seriam cumpridas, assim,
essas leis eram  criadas apenas "para inglês ver". Daí surgiu o termo.

RASGAR SEDA:
A expressão que é utilizada quando alguém elogia grandemente outra
pessoa, surgiu através da peça de teatro do teatrólogo Luís Carlos
Martins Pena. Na peça, um vendedor de tecidos usa o pretexto de sua
profissão para cortejar uma moça e começa a elogiar exageradamente a
sua beleza, até que a moça percebe a intenção do rapaz e diz: "Não
rasgue a seda, que se esfiapa."

O PIOR CEGO É O QUE NÃO QUER VER:
Em 1647, em Nimes, na França, na universidade local, o doutor Vicent
de Paul D`Argent fez o primeiro transplante de córnea num aldeão de
nome Angel.  Foi um sucesso da medicina da época, menos para Angel,
que assim que passou a enxergar ficou horrorizado com o mundo que via.
Disse que o mundo que ele imaginava era muito melhor. Pediu ao
cirurgião que arrancasse os  seus olhos. O caso foi acabar no tribunal
de Paris e no Vaticano. Angel ganhou a causa e entrou para história
como o cego que não quis ver.

ANDA À TOA:
Toa é a corda com que uma embarcação reboca a outra. Um navio que está
à toa é o que não tem leme nem rumo, indo para onde o navio que o
reboca determinar.

QUEM NÃO TEM CÃO, CAÇA COM GATO:
Na verdade, a expressão, com o passar dos anos, adulterou-se.
Inicialmente dizia-se quem não tem cão caça como gato, ou seja,
esgueirando-se, astutamente, traiçoeiramente, como fazem os gatos.

VAI TOMAR BANHO:
Em "Casa Grande & Senzala", Gilberto Freyre analisa os hábitos de
higiene dos índios versus os do colonizador português. Depois das
Cruzadas, como corolário dos contactos comerciais, o europeu se
contagiou de sífilis e de outras doenças transmissíveis e desenvolveu
medo ao banho e horror à nudez, o que muito agradou à Igreja. Ora, o
índio não conhecia a sífilis e se lavava da cabeça aos pés nos banhos
de rio, além de usar folhas de árvore para limpar os bebés e lavar no
rio as redes nas quais dormiam. Ora, o cheiro exalado pelo corpo dos
portugueses, abafado em roupas que não eram trocadas com frequência e
raramente lavadas, aliado à falta de banho, causava repugnância aos
índios. Então os índios, quando estavam fartos de receber ordens dos
portugueses, mandavam que fossem "tomar banho".

Os dirigentes do PT estão de um lado e a presidente de outro. E isso é grave.


                

Escrito por Gabriel Brito e Valéria Nader, da Redação     
Terça, 30 de Julho de 2013 
 

Após ultrapassar uma década no poder central, começam a ser feitos os primeiros balanços históricos do PT enquanto partido do poder, potencializados pelas eleições internas de novembro, repletas de chapas e teses que simbolizam uma forte disputa pela hegemonia interna.
 
Em meio a tal reordenamento partidário e à crise política ensejada pelas vigorosas manifestações de junho, o Correio da Cidadania entrevistou a cientista política e professora aposentada da USP Maria Victoria Benevides, uma histórica militante do Partido dos Trabalhadores, que mostrou grande apreensão com o atual momento do partido e principalmente a situação de isolamento em que se encontra a presidente Dilma.
 
Se há vazio de poder, alguém o preenche. Que a presidente está fraca diante disso tudo não restam dúvidas”, disse Maria Victoria, que também criticou os próprios caciques do partido em relação à forma como trataram Dilma nos últimos tempos. Sobre Lula e seu chamado à ‘refundação’ do PT, fez uma simples síntese: “o que ele falou é muito importante. Precisa de mudança, o partido precisa voltar para as bases, aos movimentos sociais etc. Mas nós estamos dizendo isso desde que ele tomou posse”.
 
Enquanto descreve a perplexidade com que o partido, outrora grande frequentador e agitador das ruas, lida com as manifestações, Benevides destaca a urgência de se cerrarem fileiras em torno de Dilma, cujo mandato “não pode terminar em fracasso total”.
 
Se o PT quiser sobreviver como um partido nascido da luta dos trabalhadores e realmente comprometido com as mudanças sociais necessárias, tem de cortar na carne e fazer mudanças radicais”, resume, porém, sem a certeza de que lideranças internas, “aquelas com poder de decisão”, estejam realmente dispostas a uma guinada progressista.
 
A entrevista completa com Maria Vitória Benevides pode ser lida a seguir.
 
Correio da Cidadania: Como você sente o atual momento do país, após as grandes e intensas manifestações país afora no mês de junho? Qual o sentido e perspectivas para os quais apontam estas manifestações?
 
Maria Victoria Benevides: Essas manifestações mostraram algo que já tínhamos, de certa maneira, esquecido. Os poderes constituídos, principalmente aqueles de carne e osso que disputam eleições, têm medo de uma coisa: das pesquisas com queda de popularidade e do povo na rua.
 
Estamos a um ano das campanhas eleitorais para a sucessão presidencial, de governos estaduais, Câmaras etc., de modo que tais manifestações vieram no momento certo, no sentido de fazer uma pressão que teve resultados, embora sempre com uma ambiguidade. Não temos certeza se é pra valer, mas elas tiveram resultado por terem dado um choque na calmaria de expectativas do governo, parlamentares e sua ampla base de apoio.
 
As manifestações pressionaram os governos de todo o país – no caso de São Paulo tanto prefeitura como governo do estado, além do Rio e outros, chegando ao governo federal – no sentido de fazerem aprovar alguns projetos de lei, alguns há décadas na gaveta, além também de forçarem uma maior tomada de decisões – através de projetos, propostas no âmbito de políticas públicas, de transportes, economia...
 
A presidente Dilma saiu da defensiva e apareceu com uma proposta de grande alcance, que não seguiu o caminho de aprovação; depois recuou, trocou etc. O importante é que ela lançou um debate importantíssimo, no caso, a participação popular e a cidadania ativa, à medida que propõe realização de consultas populares, plebiscitos, referendo... E os demais governos também tomaram algumas decisões no sentido de atenderem a pressão popular.
 
Eu digo que já tínhamos “esquecido” de certas coisas porque muita gente escreveu e debateu o assunto com um pouco de perplexidade e surpresa, quando temos de lembrar que em momentos importantíssimos da nossa história contemporânea o povo foi para a rua. Pensando só do regime militar pra cá, houve povo na rua na luta pela anistia, pelas eleições diretas, pelo Fora Collor... E antes de 1964 havia um movimento social bastante efervescente. A grande diferença é que eram setores organizados, com lideranças, ou seja, integrados à política.
 
A novidade das manifestações, eu diria, é a de ter uma agenda muito heterogênea, e quase numa posição de descartar a política. Não pela política em si, porque na realidade ir pra rua, se manifestar, pressionar e levar cartazes são atos políticos. Mas pelo descrédito dos partidos, que em pessoas de carne e osso acaba contaminando a própria ideia da política como possibilidade de transformação, de expressão, de liberdade, de defesa da igualdade, da diversidade etc.
 
Eu vi as manifestações, portanto, com entusiasmo, pois sou defensora da participação popular, da cidadania ativa, das formas de democracia direta, mas vi também com apreensão, porque estou plenamente convencida de que fora da política não há salvação. A única alternativa à ação política é a violência.
 
Porém, temos de entender que tipo de política queremos. Eu quero política baseada nos princípios republicanos, democráticos, sob a premissa de que é possível fazê-la com ética.
 
Correio da Cidadania: A reboque dessas manifestações, foi convocada a greve geral de 11 julho de 2013. Como avaliou a oportunidade dessa convocação, bem como os resultados dela advindos, em termos da participação das centrais sindicais (mais governistas e de oposição), da classe trabalhadora e da juventude operária?
 
Maria Victoria Benevides: É um movimento bastante diverso do movimento sindical efervescente da época do João Goulart, por exemplo, pois na época era muito mais unificado, enquanto hoje temos centrais rivais, com interesses político-partidários opostos. Mas o que vejo é uma situação bem diferente das manifestações de rua, que eram desorganizadas no sentido de terem liderança e militância orgânica por trás. A coisa começou com o MPL, mas é um movimento pequeno, que não poderia ficar responsável por toda a amplidão dessas manifestações.
 
E o movimento sindical é até mais organizado que outros movimentos partidários. É bastante organizado até pelos aspectos compulsórios, como o imposto sindical, benefícios às categorias por sindicalização... São coisas diferentes, mas mostram que o movimento sindical não quis perder a oportunidade. Os sindicatos agiram política e legitimamente.
 
No entanto, sua mobilização foi outra coisa. Não foi a manifestação da juventude e de grupos altamente heterogêneos que foram antes às ruas, a partir do estopim do aumento da passagem, mas também por aquilo que vi num cartaz: “513 anos + 20 centavos”. É muita coisa em jogo no momento. É uma reivindicação por um grupo de direitos que sempre estiveram em falta. Ou seja, nossa cidadania continua ainda restrita.
 
Portanto, acho muito importantes os pontos colocados pelas ruas. E os sindicatos tinham obrigação de se manifestar. Mas são forças, de certa maneira, oficiais, pois estão vinculadas à legislação do Ministério do Trabalho. Por outro lado, são organizações de bases mais sólidas, diferentemente do movimento de massa na rua.
 
Correio da Cidadania: Como tem enxergado o atual governo nesta recente conjuntura? 
 
Maria Victoria Benevides: Eu acho que o governo ficou muito temeroso das consequências, principalmente no momento no qual a política econômica está revelando dificuldades que já vinham desde o ano passado, mas que se agudizaram justamente na fase dessa efervescência.
 
Assim, toda a discussão sobre medidas do Ministério da Fazenda, medidas que contrariam tanto aqueles que defendem o custeio pra políticas públicas como aqueles sempre favorecidos – o grande capital e o empresariado, que estão bastante aborrecidos com algumas decisões da presidente – configura uma situação bem delicada.
 
Acho que o governo está tentando acertar, mas vejo o quadro com muita apreensão. Não sei como a base aliada será recosturada num ambiente de todos quererem se aproveitar do movimento, visando conquistas eleitorais. A situação para o governo, em função da queda das boas notícias, da emergência de uma política econômica que foi vigorosa e positiva, mas que se arrasta agora, é de um temor muito grande, a respeito de perder apoio no Congresso.
 
E a chamada grande imprensa está aproveitando o momento. A internet está cheia de blogs e correntes atacando o governo, o Congresso, por exemplo. Só acho que não atacam como deveriam o poder judiciário, que sempre me pareceu o pior de todos.
 
Correio da Cidadania: Seria exagerado pensar que estamos diante de um vazio de poder, com uma presidente refém de sua base no Congresso, especialmente do PMDB, afastada do PT e também sem o respaldo da base popular do partido? 

Maria Victoria Benevides: Justamente. Acho que o temor vem mais da perda de base popular. Quando falo em perda da popularidade, ela é vertical, não é uma coisa que sobe ou desce dois pontos, algo dentro da margem de erro. Foi uma queda vertiginosa. Portanto, é claro que os políticos fisiológicos de sempre (infelizmente, uma base aliada que está mais pra “desaliada”), com o governo perdendo crédito e a presidente perdendo popularidade, vão cobrar caro pelo possível apoio. E estão tocando suas alianças nos estados e grandes municípios.
 
Não chegaria a falar em vazio de poder. Primeiro porque não existe. Se há vazio de poder, alguém o preenche. Mas que a presidente está fraca diante disso tudo não restam dúvidas. As propostas que têm aparecido de mudança ministerial etc. estão sendo empurradas com a barriga. Diminuir radicalmente o número de ministérios é uma loucura.
 
Outro dia, comparava o governo Dilma com o governo JK, que foi de desenvolvimento acelerado, mudança de capital para Brasília, efervescência entre os militares, e vi que ele tinha 13 ministros. E foi o máximo possível. Acho que articular um governo com tantos ministérios é complicado... E o pior de tudo é um fator, que não é típico somente da política brasileira, mas do mundo todo: nesse período eleitoral, vários ministros estão preocupados com suas campanhas pessoais pra cargos eletivos, colocando-as na frente do trabalho que deveriam desempenhar governo.
 
Correio da Cidadania: O PT, por sua vez, tem sido objeto de uma série de balanços históricos, com distintos vieses, após uma década no poder central do país. Como você enxerga o partido hoje, ao que parece, uma força descendente, mas ainda disputando o cenário político na dianteira?
 
Maria Victoria Benevides: Ah! O PT precisa de um choque; um choque de coragem, de ética, de eficiência, de vergonha na cara... Precisa, realmente, de um choque. Porque está perdendo muito apoio dentre aqueles que sempre foram militantes. Não falo nem por mim, mas vejo na faculdade, por exemplo. Alguns anos atrás, quando dava aulas específicas sobre os partidos políticos, perguntava aos alunos quem era filiado ou simpatizante de partido. Metade da classe levantava o braço e quase tudo era PT. Agora, no último semestre que dei aula – me aposentei ao fazer 70 anos – fiz a mesma pergunta. Só duas alunas levantaram o braço. Uma do PSOL e outra do PSTU. De modo que fica visível que o PT perdeu muito espaço entre os estudantes e dentro da universidade.
 
Portanto, acho que se o PT quiser sobreviver como um partido nascido da luta dos trabalhadores e realmente comprometido com as mudanças sociais necessárias, no sentido de corrigir injustiças, e até mesmo pra continuar as políticas sociais do governo Lula, tem de cortar na carne e fazer mudanças radicais.
 
Porém, não sei mais o que o PT está pensando. Me refiro aos que têm poder de decisão no partido. Não sei como os dirigentes estão enfrentando a pressão por uma reforma política. Acho que eles estão de um lado e a presidente de outro. E isso é muito grave.
 
Correio da Cidadania: Sendo assim, como viu a ausência de Dilma da recente reunião do PT? Teria algum significado mais simbólico ou seria um sinal de uma governante acuada?
 
Maria Victoria Benevides: Acredito que a ausência se deu pela forma como ela foi tão atacada pelo partido – de uma maneira muito deselegante. Por mais que eu faça críticas, tenho o maior respeito pela presidente Dilma. Não só por sua correção e seriedade, mas também pela figura histórica que é. E acho que se chegou a um nível absolutamente indefensável de desrespeito e críticas injustas.
 
Desse modo, a coisa começa pelo próprio partido, que é o dela e a elegeu. Isso teria de ser repensado. Uma coisa é criticar um chá de cadeira, uma não recepção em Brasília... Outra coisa bem diferente é uma base de críticas sobre pontos importantes da história do partido – e importantes num governo que se diz republicano e democrático.
 
Vejo a Dilma numa posição frágil, mas acho que a posição do partido deve ser de apoiá-la e defendê-la.
 
Correio da Cidadania: Como você analisa as posturas e análises do partido diante das manifestações de junho, face à premente necessidade de todas as forças políticas do país de disputarem as ruas?

Maria Victoria Benevides: O PT, evidentemente, não podia fazer críticas sobre algo que sempre defendeu. A maior parte do partido e de seus militantes sempre foi de militantes de rua. Mas acho que a reação do partido foi diferente de outras épocas. Até porque está no poder. Por exemplo, aqui na prefeitura de São Paulo, com o estopim da passagem: a postura foi de precaução. Ao mesmo tempo entendendo os reclamos da cidadania na rua e a situação financeira que foi deixada pelos sucessivos governos tucanos na prefeitura. Coisas que o Fernando Haddad tem procurado mostrar.
 
Portanto, o partido que está no poder fica numa posição delicada, mas claro que deve reconhecer a legitimidade das manifestações, apontando, como tem feito, que fazer manifestações denunciando políticos não pode ser uma maneira de jogar a criança junto com a água do banho. Não é porque se denunciam políticos, partidos e grupos que se pode jogar fora a ação política como possibilidade de transformação.
 
Correio da Cidadania: Em novembro, realizam-se eleições internas, e foi apresentado um grande número de chapas e teses, contrariando certo monolitismo, ou prostração, dentro do partido nos últimos anos. O que este movimento interno pode significar, em sua opinião?
 
Maria Victoria Benevides: Esse movimento interno é legítimo e muito bem vindo. Eu mesma tenho participado muito pouco, mas das últimas vezes que o fiz foi ligada a um desses grupos, no caso o Mensagem ao Partido. É legítimo, necessário e oportuno que isso ocorra no atual momento.
 
Correio da Cidadania: O que pensa sobre as atuais movimentações de Lula, que tem dado recados claros quanto à necessidade de ‘profunda reformulação’ no partido e até mesmo convocado grupos e movimentos atrelados ao PT para saírem às ruas e ‘enfrentarem a direita’? 
 
Maria Victoria Benevides: O que ele falou é muito importante. Precisa de mudança, o partido precisa voltar para as bases, aos movimentos sociais etc. Mas nós estamos dizendo isso desde que ele tomou posse. Porque de certa maneira os movimentos sociais ficaram esquecidos, principalmente em seu primeiro mandato. E agora ele fala em voltar ao trabalho de base.
 
Sempre defendi que o partido precisa ter como prioridade a formação política. A educação política tem um papel pedagógico muito grande. E isso vinha sendo deixado de lado. Creio que o Lula chamou o PT a uma nova vida partidária.
 
Correio da Cidadania: Mas diante dos compromissos assumidos pelos governos Lula e Dilma com o grande capital nacional e transnacional, ainda seria crível uma inflexão progressista no partido?


Maria Victoria Benevides: Eu acho que essa guinada encontrará resistências internas. Mas acredito nela. E, afinal, eu tenho de acreditar, se não, vou acreditar em que, meu Deus?
 
Correio da Cidadania: Por fim, como você imagina que caminhará o governo Dilma daqui até o fim do mandato?

Maria Victoria Benevides: Com dificuldades. Além de dificuldades, apreensões. Por isso digo que a primeira obrigação do partido, agora, é cerrar fileiras em torno deste governo. Esse governo não pode acabar em fracasso total. É uma derrota acachapante. Acho que vai se recuperar. Torço por isso, mas também vejo como algo difícil.
 
 
Gabriel Brito é jornalista; Valéria Nader, economista, é editora do Correio da Cidadania.