sábado, 27 de julho de 2013

A VIDA SOB PRESSÃO



LOJA CAROS AMIGOS

Edição especial "O Mal-Estar Moderno" foca a urbanidade, indústria de remédios e novas tecnologias


capaEstá nas bancas o especial "O Mal-Estar Moderno", que discute novas doenças e situações opressoras provocadas pelas novas tecnologias, por interesse da indústria de medicamentos e pela urbanidade com infraestrutura crítica, entre outros temas sensíveis aos dias atuais.


A medicalização, incluindo de crianças, e novas patologias psíquicas são abordadas pelo psicanalista Paulo Schiller, que atesta: muitos dos psicanalistas dos Estados Unidos, encarregados de publicar o manual que orienta profissionais do mundo todo estão ligados à indústria de medicamentos. Ansiedade, desvio de comportamento e depressão são algumas das patologias clinicadas atualmente, tratadas pelo químico ritalina.

Novas Tecnologias

As novas tecnologias em celulares e computadores e a internet também são analisadas no especial. O que poderia ser um benefício pode tornar-se uma tortura quando mal usados. Exemplo ruim são trabalhadores ligados 24 horas e atormentados por chefias através dos celulares e em qualquer horário; ou a amizade e solidão por trás das redes sociais.

O também psicanalista Jacob Goldberg fala sobre a velhice e os preconceitos com essa fase da vida. "Preferimos o termo idoso. Que bobagem, o que significa idoso? A palavra correta é velhice mesmo", diz ele, com seus quase 80 anos.

O ambiente nas grandes cidades e as doenças que pode provocar é outro tema do especial. Fobias, estresse e depressão são algumas das patologias que a vida agitada e as más condições da infraestrutura podem provocar. Uma pesquisa feita pela ONU em São Paulo revela que boa parte da população já sentiu algum dos sintomas dessas patologias em maior ou menor grau.
Confira nas bancas de todo o Brasil ou na Loja Caros Amigos.

sexta-feira, 26 de julho de 2013

ALGUNS DOS EPISÓDIOS MAIS BONITOS E EMOCIONANTES DA HISTÓRIA UNIVERSAL COMTEMPORÂNEA


LOJA CAROS AMIGOS

Alguns dos episódios mais bonitos e emocionantes da história universal contemporânea

A Revolução Sul-Africana
sul-africanaCarregada de mitos, a história da Revolução Sul-Africana, que levou ao poder o Congresso Nacional Africano (CNA) sob a liderança de Nelson Mandela, em 1994, é ainda pouco conhecida.

A Revolução Argelina
argelinaMovidos pela forte onda nacionalista que percorreria o mundo árabe e culminou com a ascensão do pan-arabismo nasserista ao poder no Egito, os argelinos lutaram quase dez anos pela independência.

A Revolução Iraniana 
iranianaNo fim de 1978, as ruas de várias cidades do Irã enchiam-se de manifestantes que reclamavam o fim do governo, uma monarquia encabeçada pelo xá Mohammed Reza Pahlevi. 

A Revolução Vietnamita
vietnamitaUm panorama histórico com ampla base factual da guerra e da revolução vietnamitas. A história do Vietnã no século XX é a história de uma luta anticolonial pela independência nacional, de uma revolução socialista e de várias guerras de projeção internacional.

A Revolução Chinesa
chinesaA Revolução Chinesa, em 1949, ampliou o bloco socialista e forneceu novos modelos para revolucionários em várias partes do mundo. Essa Revolução que intriga o Ocidente e as reformas promovidas pelo regime a partir de fins do século XX impõem a tarefa sempre renovada de esclarecer o perfil e os rumos dessa epopéia ainda não terminada.

A Revolução Chilena
chilenaDiferentemente de Fidel Castro, o presidente Allende chegou ao poder através das urnas. Essa revolução singularmente democrática ficou conhecida como a vía chilena - "o caminho chileno para o socialismo". Essa revolução chilena é o tema deste livro.

Confira também:

A Revolução Cubana
As Revoluções russas e o socialismo soviético
As Revoluções Africanas - Angola, Moçambique e Etiópia
A Revolução Venezuelana
A Revolução Salvadorenha - Da revolução à reforma
A Revolução Portuguesa
A Revolução Peruana
A Revolução Nicaraguense
A Revolução Mexicana
A Revolução Guatemalteca
A Revolução Colombiana
A Revolução Boliviana
A Revolução Alemã [ 1918-1923 ]

quinta-feira, 25 de julho de 2013

O ESTRAGO DA TELEVISÃO NA HISTÓRIA....

A televisão no Brasil é mais abrangente do que em outro lugar do mundo. Onipresente na cultura, no comércio e na transmissão. Não se trata de um instrumento tecnológico como a enxada ou a caneta; é uma mercadoria de elevado poder ideológico, no sentido de falsear  as coisas como toda ideologia.
A ocupação norte-americana é feita pela TV, tanto faz o canal, Globo, Record, TV Cultura etc.
A classe dominante é subalterna ao poder das multinacionais. Disso resulta a educação sentimental da telenovela, o que  faz com que não haja diferenças substanciais entre um Collor, um FHC e um Lula. A origem de classe social interfere muito pouco.
O neoliberalismo significa o triunfo da televisão no mundo inteiro. É tolice achar que Leonel Brizola não se deu bem com o medium TV enquanto tal, ao contrário de seu desempenho excelente no rádio à maneira de Orson Welles.
Se não fosse o golpe de 64, a televisão teria papel menos deplorável. Se o critério for estético e político, o único programa de nível na televisão foi o de Glauber Rocha intitulado Abertura.
Jean-Luc Godard informou: na metade do século XX, Nouvele Vague, a televisão rivalizou-se com o cinema. Rosselini, Renoir e Welles não eram então contra a televisão.
No Brasil a televisão ganhou impulso em meados da década de 60. A mídia do golpe não foi no entanto a televisão: 64 é um golpe dado pelo telefone, o que remete ao samba pioneiro e metalinguístico de Noel Rosa sobre o telefone e o amor.
Leonel Brizola sofreu o diabo por brigar com a TV hegemônica, que continuou como tal durante todos os regimes políticos.
Um Brasil socialmente justo e nacionalmente soberano conflitava com a existência de uma televisão anti-nacional e anti-popular. Todos os signos transmitidos eram anti-Brizola, a televisão se encarregou de debilitar o nacionalismo trabalhista.
Depois da morte do líder gaúcho, sumiu a contradição personificada entre a televisão e a emancipação nacional e aumentou a ofensiva multinacional.
A televisão detém a capacidade diabólica de tornar invisível a ocupação imperialista. Quase todos os políticos, os intelectuais, os artistas não têm o menor constrangimento com a indústria ideológica. A ocupação estrangeira é legitimada pela televisão que determina o Estado. Do marechal Castelo Branco a Dilma é sintomático: nenhum presidente governa sem o apoio da televisão colonialista.
Nada é pior que um país novo com amnésia, Godard tem razão: a televisão fabrica o esquecimento. O bom cinema lida com lembranças.
Texto de: Gilberto Felisberto Vasconcellos.
Jornalista, sociólogo e escritor.

HUMOR MINEIRINHO...

Foto: Veeerrrdaaadeeeee, purinha, purinha, sô !!!  -  By @Palestra_Junior

sexta-feira, 19 de julho de 2013

RBGW.WEBRADIOO.NET

BIROSCA DO MACHADO apresenta a Rádio Bom Gosto Webmail.
24 horas no ar, com as melhores músicas do mundo. Breve com programação ao vivo.

Acesse: rbgw.webradioo.net

O GIGANTE FINALMENTE ACORDOU...

Cara comunidade da Avaaz, 

Em todo o planeta, milhões de pessoas de todas as idades estão tomando as ruas e se mobilizando online para dizer não à corrupção e à injustiça e pedir um mundo melhor. Uma hashtag do Twitter no Brasil pode sintetizar a história: #OGiganteAcordou

E, em quase todos os lugares em que isso está acontecendo, a Avaaz – hoje com a força de quase 25 milhões de membros! – está presente. Para dar apenas um exemplo: o Senado brasileiro citou repetidamente nossa comunidade na semana passada, enquanto votava a proposta para facilitar a lei de iniciativa popular, reduzindo para 500.000 a quantidade de assinaturas necessárias para se apresentar novas propostas de leis no Congresso. 

Estamos crescendo em mais de 1 milhão de novos membros por mês, cada vez mais rápido. Na medida em que mais cidadãos despertam, estamos nos dando conta de que o mundo é realmente nosso. E, embora tenhamos grandes desafios pela frente, o futuro depende de todos nós. 

Quando nos juntamos e permanecemos juntos, nós vencemos. Confira abaixo as vitórias e atualizações das últimas semanas


Brasil diz NÃO à corrupção e SIM à uma democracia do século XXI

Entrega de 1,6 milhão de assinaturas ao Senado brasileiroEntrega de 1,6 milhão de assinaturas ao Senado brasileiro
Os brasileiros estão dando um basta à corrupção desenfreada. Primeiro foi a campanha da Lei da Ficha Limpa, de enorme sucesso, que tornou inelegíveis os políticos condenados por órgãos colegiados da Justiça. Estudos mostram que a Avaaz desempenhou um papel fundamental nesta conquista. Recentemente, um membro da Avaaz criou uma das maiores petições online da história do Brasil, com mais de 1,6 milhão de assinaturas exigindo que os senadores removam o presidente do Senado do poder, um político duvidoso com uma série de acusações de corrupção. Ele ainda está no poder, mas estamos muito perto de acabar com o processo de votação secreta que lhe permitiu obter sua posição no Senado.

Melhor ainda: o Senado acabou de aprovar uma proposta para tornar mais fácil e mais rápido a possibilidade dos cidadãos forçarem os políticos a agir. A Avaaz foi citada várias vezes durante o debate no Senado, quando eles concordaram em reduzir pela metade o número de assinaturas necessárias para leis de iniciativa popular, e determinaram que as assinaturas online serão válidas. Agora, estamos fazendo de tudo para fazer a Câmara selar esse acordo.

Bangladesh: Esperança dos escombros

Jornal sueco destaca o nosso anúncio contra a H&M que foi proibidoJornal sueco destaca o nosso anúncio contra a H&M que foi proibido
Quando o prédio de uma fábrica de roupas em Bangladesh desabou, matando mais de mil pessoas, a Avaaz juntou forças às organizações de direitos trabalhistas locais para colocar pressão em dois grandes nomes da indústria internacional da moda. O objetivo: fazer com que eles assinassem um acordo de proteção dos trabalhadores que serviria de modelo para o restante do mundo.

Os membros da Avaaz cobriram as páginas da H&M e GAP no Facebook com mensagens. E, quando nossos anúncios publicitários voltados ao presidente da H&M foi rejeitado na Suécia – país de origem da empresa – deu-se início à um grande debate na mídia e online. Executivos de alto-escalão da H&M falaram por telefone com a Avaaz e, 3 dias depois, eles assinaram o acordo. Isso motivou mais de 75 outras marcas a seguirem este exemplo! GAP e Walmart ainda não estão na lista dos que assinaram o acordo, mas a campanha ainda está ativa!

Vitória para as abelhas na Europa!

Vento, chuva e neve: mantivemos a pressão para salvar as abelhasVento, chuva e neve: mantivemos a pressão para salvar as abelhas
Após mais de dois anos realizando campanhas, tivemos um papel fundamental para fazer com que a Europa proibisse pesticidas letais para as abelhas, pelo menos até 2015! Conseguimos essa vitóriaapós dois anos de ações, em que inundamos ministros com emails, juntamos mais de 2,6 milhões de assinaturas, organizamos protestos com criadores de abelhas (com a presença de uma abelha inflável gigante de 5 metros de altura), financiamos pesquisas de opinião pública, e muitas outras ações.

Esta tem sido uma longa batalha contra grandes corporações como a Bayer, e nada disso seria possível se não fosse pela colaboração de muitos cientistas, especialistas no assunto, funcionários de governo que apoiaram a campanha, criadores de abelhas e grupos ambientalistas. De acordo com a organização Amigos da Terra: "A enorme petição da Avaaz e as suas campanhas criativas ajudaram a levar essa campanha até o final."

Impedindo a remoção forçada do povo Masai

1,7 milhão de membros da Avaaz apoiam o direito do povo Masai de viver em suas terras ancestrais1,7 milhão de membros da Avaaz apoiam o direito do povo Masai de viver em suas terras ancestrais
O governo da Tanzânia queria realizar uma remoção forçada de várias famílias, teoricamente para que turistas ricos pudessem caçar leões e leopardos! Mas 1,7 milhão de nós nos juntamos para dizer "não", alertando as redes de televisão CNN e Al Jazeera para cobrirem essa história, e lançando anúncios publicitários com foco no governo da Tanzânia em jornais locais, além de pressionar os doadores de ajuda financeira internacional para que fizessem perguntas à Tanzânia sobre a tentativa de remoção. O presidente da Tanzânia, Jakaya Kikwete, não queria ouvir as vozes em protesto, mas os Masai continuaram perseverantes. Finalmente, quando membros do povo Masai foram ao parlamento da Tanzânia e exigiram que o direito deles de viver em terras ancestrais fosse respeitado, o Primeiro-ministro assinou uma carta prometendo buscar uma solução permanente para o conflito em conjunto com os Masai. Até agora conseguimos impedir a remoção, mas continuaremos a lutar até que o presidente Kikwete desista de uma vez desta ideia.

Indo muito além da fracassada guerra às drogas

Presidente da Guatemala Pérez Molina diz SIM pelo fim da fracassada guerra às drogasPresidente da Guatemala Pérez Molina diz SIM pelo fim da fracassada guerra às drogas
As vozes de centenas de milhares de membros da Avaaz de toda as Américas exigiram dos líderes que fossem adotadas políticas mais humanas em relação às drogas. O resultado foi uma declaração história feita pela OEA (Organização dos Estados Americanos) que sugere ir além da proibição e combater as drogas como uma questão prioritária de saúde, não uma missão militar.

Nossa petição teve um papel fundamental. Entregamos as assinaturas diretamente ao presidente da Guatemala, Otto Pérez Molina, diante de toda a mídia. Molina explicou a nossa estratégia com suas próprias palavras: "Agradecemos à Avaaz por essa petição porque dá a nós, os líderes políticos do continente, a força que precisamos para debater essa questão sem ela ser vista como um tabu."

Pondo um fim à guerra contra as mulheres

O ônibus rosa da Avaaz circula por Nova Délhi com o 'primeiro ministro Singh' a bordo, exigindo educação pública para combater os estuprosO ônibus rosa da Avaaz circula por Nova Délhi com o 'primeiro ministro Singh' a bordo, exigindo educação pública para combater os estupros
Na Índia, uma estudante de 23 anos foi estuprada brutalmente em um ônibus, morrendo em decorrência dos ferimentos em seguida. Nas Maldivas, uma garota de 15 anos de idade foi condenada ao apedrejamento por praticar "sexo fora do casamento". Na Somália, uma jovem foi violentada por vários homens das forças de segurança que deveriam protegê-la.

Em cada um destes casos, os membros da Avaaz ajudaram a transformar horror em esperança, amplificando milhões de nossas vozes na mídia, para pressionar os governos a aprovar leis mais fortes que protejam as mulheres. Nas Maldivas, a nossa campanha ameaçando o setor de turismo nos ofereceu uma porta aberta para os maiores líderes políticos do país, que afirmaram que a garota não seria apedrejada por agora, e uma pesquisa encomendada pela Avaaz conquistou as manchetes, mostrando que os cidadãos desejam uma mudança nas leis. Na Índia, um grande ônibus rosa, com uma enorme representação do primeiro ministro Singh portando a nossa mensagem, circulou pelas ruas de Délhi e agora há um interesse crescente pelo nosso apelo por uma campanha massiva de educação pública que desafie atitudes retrógradas em relação às mulheres. Estas são apenas as pontas do iceberg em nossa luta contra a misoginia.

Salvando as Baleias de um Massacre

Entregando nosso pedido para salvar as baleias à secretária de Estado para Questões Econômicas da HolandaEntregando nosso pedido para salvar as baleias à secretária de Estado para Questões Econômicas da Holanda
Quando um magnata islandês lançou sua brutal caçada de verão, com o objetivo de transformar espécies ameaçadas de baleias em comida para cachorro, a Avaaz iniciou uma campanha para impedir o envio das carcaças sangrentas para o Japão. Mais de 1,1 milhão de nós convencemos os políticos holandeses a se comprometer a fechar os portos nacionais para este carregamento. E então aparecemos outra vez na Alemanha, quando ele tentou redirecionar a carga pela cidade de Hamburgo. O Ministério do Meio Ambiente alemão respondeu às mensagens enviadas por membros da Avaaz imediatamente através do Twitter e, trabalhando juntamente com o Greenpeace, criamos pressão suficiente para enviar a carne de baleia de volta para a Islândia! O governo alemão agora pediu que o porto recuse todos os carregamentos de carne de baleia no futuro, 200.000 membros da Avaaz na Alemanha estão exigindo que a maior rede de supermercados do país pare de vender produtos ligados à empresa responsável pela caça às baleias e estamos buscando extinguir as outras rotas de lucro do caçador de baleias até que ele perceba que essa prática tem que acabar.

Combatendo a Sonegação Global de Impostos

Membros da Avaaz em ação pedindo ao Primeiro-ministro Harper que agisse contra à sonegação de impostosMembros da Avaaz em ação pedindo ao Primeiro-ministro Harper que agisse contra à sonegação de impostos
Todos os anos, empresas gananciosas e indivíduos muito ricos usam esquemas para esconder uma fortuna estimada em cerca de $1 trilhão, privando governos de impostos que eles precisam coletar para consertar nossos serviços públicos e nossos países. Este ano vislumbramos uma oportunidade para sair em busca dessa quantia que está faltando nos nossos cofres públicos, criamos uma enorme petição e trabalhamos junto ao famoso cantor Baaba Maal e às organizações Save the Children, ActionAid, além de outros grupos, para fazer nossas vozes chegarem a David Cameron, presidente do G8. Nossa carta, assinada por 21.000 representantes de empresas de todo o mundo, ajudou a colocar esta questão como pró-negócios e pró-cidadãos e a mudar as posições da Alemanha e do Canadá, resultando em um acordo histórico que poderá levar os governos a trabalhar em conjunto para por um fim à sonegação de impostos. A 'Declaração Lough Erne' foi breve quanto a questões específicas, mas nos dá uma enorme vantagem na hora de cobrar que os governos bloqueiem esquemas suspeitos para não pagar impostos.


É incrível poder fazer parte de uma comunidade composta por cidadãos de cada pedacinho do mundo, unidos por ações comuns e efetivas. Clique aqui para ver um mapa dos nossos membros por país ou aqui para ler relatos pessoais de nossos membros e até para se corresponder com outras pessoas que fazem parte desta comunidade. 

Nosso gigante adormecido está caminhando, trazendo possibilidades tremendas de mudança. Mal podemos esperar para ver o que nossa comunidade fará daqui para a frente

Com amor, esperança e uma gratidão enorme por esta comunidade capaz de mudar o mundo, 

Ricken, Jamie, Oli, Alex, Dalia, Joseph, Laura, Mais, Michelle e o restante da equipe da  Avaaz 

PS -- Inspirado para mudar algo? Muitas campanhas da Avaaz (como as nossas maiores campanhas durante os protestos no Brasil e na Turquia) foram criadas por membros da nossa comunidade! Crie agora a sua campanha sobre qualquer tema - local, nacional ou global: http://www.avaaz.org/po/petition/start_a_petition/?bgMYedb&v=26859

PPS -- Cada uma dessas campanhas foi 100% financiada por doações da nossa comunidade. Para manter nossa independência, a Avaaz não aceita doações de governos, corporações, fundações ou em grandes somas. Isso é algo extremamente raro e uma das maiores razões para a nossa eficácia -- entre com sua parte, para que tudo isso continue sendo possível: http://avaaz.org/po/reportback_0713/ 

sábado, 13 de julho de 2013

RÁDIO BOM GOSTO WEBMAIL

Quando estiveres teclando na internet ouça a Rádio Bom Gosto Webmail.
rbgw.webradioo.net
24 horas no ar, com as melhores músicas de todos os tempos.

quinta-feira, 11 de julho de 2013

RÁDIO BOM GOSTO...

LIGUE-SE NA MELHOR.
rbgw.webradioo.net
24 HORAS NO AR

A CRISE E A DÍVIDA PÚBLICA

Desde 2008, quando estourou a crise do capitalismo, os governos afetados fazem das tripas coração para salvar, não a população ameaçada de desemprego (já são 25 milhões de desempregados na Europa), e sim o sistema financeiro.
Democracia é, hoje, mera expressão retórica. O que temos, de fato, é uma moneycracia.
Segundo o FED (Banco Central estadunidense), o governo do Tio Sam repassou aos bancos privados, como boia de salvação, US$ 16 trilhões. Como a lista é longa, assinalo aqui a gordura do Papai Noel dos três principais beneficiados dos EUA: Citigroup, US$ 2,5 trilhões; Morgan Stanley, US$ 2,04 trilhões; Merrill Lynch, US$ 1,949 trilhão.
No Brasil, a crise começa a bater à porta. Onde a porca torce  o rabo é na dívida pública. Em 2011, juros e amortizações da dívida consumiram 45,05% do Orçamento da União, ou seja, R$ 708 bilhões. Você imagina o quanto se poderia fazer com tamanho recurso? Daria para promover 28 Copas do Mundo! A Copa de 2014 está orçada em R$ 25 bilhões. Para se ter ideia desse dinossauro que sustentamos, no mesmo ano de 2011, a saúde mereceu 4,07% do orçamento e a Educação, 2,99%.
Se os dados acima impressionam, veja os atualizados: de janeiro a fevereiro deste ano a dívida pública subiu mais R$ 26 Bilhões, R$ 1,95 trilhão! E a previsão é de alcançara a cifra de R$ 2,24 trilhões até o fim do ano! Isso significa mais R$ 232 bilhões em relação ao montante da dívida em 2012. Os dados são do Plano Anual de Financiamento do Tesouro Nacional, divulgados em março.
Você, eu, todos nós pagamos a dívida pública ao receber salário e consumir. E pagamos ou padecemos ao NÃO RECEBER melhores serviços públicos: Saúde, Educação, Segurança, Transporte, Cultura etc.
O governo não divulga o montante dos juros nominais da dívida pública efetivamente pagos. Nem a CPI da Dívida, encerrada em 2010 na Câmara dos Deputados, quebrou o lacre desse segredo. Daí a importância de uma Auditoria Cidadã da dívida pública. Meta que deveria constar da pauta de partidos progressistas, sindicatos, movimentos sociais e ONGs voltadas à cidadania.
Os sinais de que a marolinha brasileira pode terminar em tsunami estão à vista: privatizações das jazidas do pré-sal, de portos, aeroportos e hospitais universitários; menos recursos aos programas sociais; leilões de rodovias; inflação em alta etc.
O modelo desenvolvimentista está esgotado. O resultado dele é nefasto: 1% de habitantes do planeta concentra, em mãos, riqueza equivalente à renda de 57% da população mundial!
Mas quem de fato articula alternativas viáveis? Cadê a esquerda com os pés na base  popular e a cabeça na formulação de estratégias a longo prazo? "Naquele tempo nós fizemos História; agora vocês fazem política", diz o personagem Rubashov no romance O Zero e o infinito, de Arthur Koestler.

Frei Beto

terça-feira, 9 de julho de 2013

DE VOLTA...

A RÁDIO BOM GOSTO WEBMAIL ESTÁ DE VOLTA.
LIGUE-SE NO QUE HÁ DE MELHOR.
rbgw.webradioo.net
24 horas de boa música.

domingo, 7 de julho de 2013

SOCIÓLOGO FRANCISCO OLIVEIRA, em entrevista ao IG

Para Francisco Oliveira, um dos ícones do pensamento de esquerda no Brasil, não existe no Brasil um cenário de crise que justifique mobilizações permanentes
As manifestações que chacoalharam o Brasil nas últimas semanas não foram nada demais, talvez apenas um espasmo diluído na falta de demandas claras. A opinião é do sociólogo Francisco de Oliveira, professor emérito da Universidade de São Paulo (USP), um dos ícones do pensamento de esquerda no Brasil. De acordo com ele, não existe no Brasil um cenário de crise que justifique mobilizações permanentes.
Em entrevista exclusiva ao iG , Oliveira admitiu desconhecer os motivos que levaram milhões de brasileiros às ruas e afirma categoricamente que não é o único. “Ninguém sabe. Estão todos chutando hipóteses”.
Segundo ele, a onda de manifestações “não muda nada” no cenário político nacional pois, embora tenha reagido de forma “risível” à voz das ruas, Dilma tem plenas condições de reverter o desgaste até o final do mandato. Ex-colaborador e desde de 2003 crítico contumaz de Luiz Inácio Lula da Silva, Oliveira não descartou a possibilidade de retorno do ex-presidente em 2014 mas advertiu que isso seria “péssimo” para o País pois “Lula quer ser o Perón do Brasil”.
Leia os principais trechos da entrevista:
iG - O que aconteceu nas ruas do Brasil nas últimas semanas? 
Francisco de Oliveira  Nada demais. É um pouco inédito devido ao fato de que se deu em várias partes do País, coisa que não era comum ocorrer. As manifestações mais fortes sempre se deram no Rio e São Paulo e desta vez se apresentaram em várias partes do País de forma bastante intensa. Mas não há uma explicação. Primeiro levantaram os preços das passagens, os governos recuaram e aquilo se transformou em uma manifestação sem sentido. De fato vivemos numa conjuntura política em que não há motivo para crise.
iG – Isso explica o fato de as manifestações terem perdido a força? 
FO – Sim. Não tem um foco e, portanto não tem o que reivindicar. Ninguém mantém parte da população em estado de tensão em que vá para a rua todos os dias. É esperar demais.
iG – Os R$ 0,20 foram um catalisador. É possível surgir outro fato capaz de provocar o mesmo efeito? 
FO – Difícil. Numa sociedade complexa como o Brasil você não mantém as pessoas na rua sempre.
iG – O que levou essas pessoas para a rua? 
FO – Não sei e ninguém sabe. Estão todos chutando hipóteses. A primeira delas foi o aumento da tarifa de transporte mas isso é tão pouco para mover tanta gente. É claro que foi um estopim mas não é capaz de manter uma mobilização.
iG – Alguns estudiosos apontam um motivo mais emocional, vinculado à natureza juvenil, do que racional. 
FO – É difícil tentar qualquer explicação. É claro que há um componente emocional. As pessoas que saem às ruas para protestar podem se unir e podem não se unir mas o componente maior era político, embora sem objetivos. A reação da Polícia Militar, por exemplo, acirra, as pessoas ficam com raiva, mas isso passa.
Ricardo Galhardo
Francisco Oliveira: "Nem a direita nem a esquerda tem capacidade de mobilização"
iG – O que muda no cenário político com os protestos? 
FO – Não muda nada. A reação da presidente foi risível. Ela quis responder ao clamor das ruas com um plebiscito. Isso é piada. Ela não entende o que é política, principalmente política de massas, e veio com essa de constituinte e plebiscito. Isso é para rir. Uma coisa é responder à voz das ruas com ações factíveis. O que ela propôs não é factível por razões formais, legais etc. Ela não sabe do que se trata. Não entende nada.
iG – As pesquisas mostram uma queda vertiginosa da aprovação de Dilma. 
FO - A essa altura ninguém sabe para onde vai o governo. Essa queda da Dilma pode não ser consistente. Com uma administração razoável nos meses que lhe restam Dilma pode se recuperar. Marina (Silva) é fogo de palha e Aécio (Neves) enfrenta forte desgaste na base dele que é Minas Gerais. Dilma pode se recuperar. É só não fazer besteira.
iG – Qual a melhor maneira para fazer a reforma política? O senhor mesmo chegou a elaborar um projeto para o Instituto Cidadania antes da eleição de Lula. 
FO – A reforma política é uma coisa muito complicada. Não é fácil. Primeiro tem que ir para o Congresso, a não ser que se dê um golpe de Estado. O Congresso é o lugar apropriado e ele não age assim de repente. Não pode ser de um dia para o outro. A reforma se faz para sair de uma crise. A Constituinte de 1988, por exemplo, foi feita por causa das tensões, equívocos e erros da ditadura. Não se faz a frio. Se o Congresso sempre trabalhasse em alta consciência seria possível. Mas não é assim que o Congresso trabalha. É fácil pensar e difícil executar uma reforma dessas. Não dá pra ser uma coisa despirocada. É preciso organizar os grupos, estes grupos precisam eleger seus partidos e os partidos atuar no Congresso. Fora isso é um ato de ditadura.
iG – Dilma está isolada? 
FO – Ela nunca teve poder. A Dilma é uma criação do Lula e o Lula tirou o corpo. Ela não tem uma vivência política capaz de articular uma reforma complexa. Dilma não tem âncora em nenhum partido. O PMDB brinca com ela a torto e a direito. O PT não é confiável para uma reforma dessa envergadura. O PT não mobiliza mais ninguém. Nem o Lula. Por isso ele fica quieto.
iG – A direita tem capacidade de mobilização? 
FO - Não tem nada. Nem a direita nem a esquerda. Alguém vai para a rua por causa da maioridade penal? Imagine.
iG – O que faria o senhor ir para a rua? 
FO – Muito pouca coisa. Na medida em que uma sociedade como a brasileira vai evoluindo política e economicamente fica mais difícil chamar o povo para a rua. Nem tem motivo. A Dilma, mesmo sendo um macaco numa loja de louças, não é uma péssima presidente. Ela é uma presidente medíocre, criação do Lula, sem muito traquejo político, com uma base parlamentar enorme mas que na verdade não é nada. Não tem crise no sentido crítico da palavra capaz de levar alguém para a rua. O que motivou os rapazes é uma coisa até hoje sem definição. Ninguém sabe por que eles ficaram tanto tempo na rua, de Fortaleza a Rio Grande do Sul, fazendo manifestações sem explicações lógicas nem políticas. Permanecerá um mistério na história das manifestações de massa no Brasil essa explosão, esse rastilho de pólvora.
iG – Foi um espasmo? 
FO – Pode ter sido. As manifestações pegaram fogo com a história das passagens de ônibus e logo, logo morreram.
iG – Existe alguma semelhança entre os protestos no Brasil e no exterior? 
FO – Nenhuma. Na raiz de todos estes protestos lá na Europa e nos EUA havia a crise. No Brasil não tem uma crise econômica que detona a crise política. Aqui não tem nada disso. O que existe é uma espécie de euforia que é falsa também. Os condicionantes de crise não estão aí. As passeatas não são sinal de crise. Isso é uma bobagem. Não são quaisquer 50 rapazes nas ruas que vão provocar uma crise. E a presidente quis dar uma resposta mas acabou dando um tiro na água.
iG – Qual é o caminho? 
FO – O caminho é pela política. Não há outro. O Congresso pode ser ruim, avacalhado, mas não tem outro jeito. Todo Congresso é ruim por definição. A primeira coisa seria organizar os grupos mas quais são os grupos organizados? Nenhum.
iG – Lula pode voltar emn 2014? 
FO – Tomara que não. Boa parte das dificuldades que Dilma enfrenta são devidas ao Lula. A possibilidade existe porque há um vazio, muitos políticos sem expressão. Mas seria péssimo para o Brasil. Lula quer se tornar uma espécie de Perón do Brasil.

ORIGENS DO ÓDIO ENTRE ÁRABES E JUDEUS NA PALESTINA


Sob todos os ângulos, o moral, o político e o histórico, o conflito entre árabes e judeus é complexo. Para mim, que vivi em Israel e lá tenho amigos e família, é também repleto de cargas emocionais e simbólicas. Relutei em escrever este artigo. Ocorre que estive há poucas semanas nos territórios palestinos da Cisjordânia, sob ocupação parcial de Israel, para ver com meus olhos e descrever a saga dos palestinos que precisam passar por postos militares de controle todos os dias ao transitar entre suas próprias vilas, campos e cidades.
O ataque a Gaza atropelou meus planos. A solução que encontrei foi adotar o ângulo mais geral da violência em si, do ódio crescente entre árabes e judeus. Pensar sobre suas raízes. Mesmo antes do ataque a Gaza houve uma nova escalada nessa espiral de ódio. Em Jerusalém, há poucos meses, um operário árabe de uma construção subiu num trator e num gesto de fúria jogou a máquina contra carros de passeio, matando e ferindo. Dias depois outro operário árabe fez o mesmo. No Cisjordânia, judeus religiosos do movimento ultra-nacionalista Israel Beitenu atacaram agricultores árabes e cortaram oliveiras. Em Naharia, cidade aprazível à beira-mar, no Norte de Haifa, houve há algumas semanas choques de rua entre moradores árabes e judeus. “Vai haver uma terceira intifada, desta vez dos moradores árabes de Israel”, prognosticou meu amigo Levy, um carioca que hoje mora num subúrbio de Tel Aviv.
O ataque a Gaza com a morte de tantas crianças, não só vai realimentar essa espiral de ódio recíproco, como o ódio pode ter sido um dos seus motivos. É a tese de Gideon Levy, importante jornalista israelense, que critica sistematicamente as autoridades no Haaretz. Indignado com a indiferença da maioria silenciosa israelense diante da violência do ataque a Gaza, ele diz que “racismo e ódio habitam os porões de suas mentes, assim como o impulso por vingança e a sede de sangue.”
Quando e como nasceu esse ódio recíproco? A pergunta é relevante porque foi entre os povos árabes que os judeus gozaram de mais liberdade religiosa e comunitária, e maior acesso ao saber, às artes e á medicina. Amos Oz, o grande escritor israelense defensor da paz toca o tempo todo no conflito entre as comunidades árabe e judaica em seu principal livro, o autobiográfico “Do amor e trevas”. Ele era um menino em Jerusalém quando se deu uma brutal escalada no conflito e é com os olhos de uma criança que ele vai rememorando fatos e cenários.
No começo do século XX, Jerusalém já era a maior cidade da Palestina, então uma província do Império Otomano, e lá viviam em harmonia pelo menos quatro grandes etnias, sendo a maioria os 35 mil judeus. Entre os outros vinte mil havia árabes cristãos árabes muçulmanos, armênios e gregos. Na Palestina como um todo, a maioria da população, não mais que meio milhão, eram árabes.
Em 1922 e 1923, em seguida à derrota da Turquia na grande guerra e em meio ao processo de outorga da controle da região à Grã Bretanha, eclodiram os primeiros levantes em Jaffa, e Jerusalém de árabes incomodados com a crescente presença de judeus disputando seus empregos e comprando suas terras, mas mais incomodados ainda pela demora dos ingleses em lhes dar a independência, como haviam sido prometido se eles se levantassem contra os turcos, primeiro ao Sheik de Meca, depois ao Rei do Iraque.
Era o nascimento do novo nacionalismo árabe, dirigido pelo movimento político Irmandade Muçulmana. Mas os conflitos tinham pequeno porte, manifestações que viravam arruaças. Ninguém falava em jogar os judeus no mar.
Nos anos 30 os conflitos recrudesceram, já então dirigidos pelo maior autoridade religiosa árabe da Palestina, o mufti de Jerusalém, Haj Amin al Husaini, – que aderiu á causa nazista. Nascia a vertente xenófoba do nacionalismo árabe. Hoje em na forma do fanatismo religioso do Hamas e do Hezbola. Entre os judeus demorou mais, porque os ortodoxos em sua maioria eram anti-sionistas. Mas são religiosos e fanáticos os membros do grupo judeu de extrema direita “Israel Beiteinu”.
Em 1937, a comissão do governo britânica que investigou os conflitos estimou em 1 milhão a população árabe e 400 mil a judaica, não havendo “nada comum entre as duas.” Essa comissão colocou-se contra criação de um Estado de caráter judeu, endossando a posição das lideranças árabes. Os governos árabes admitiam um Estado multi-étnico, sem que nenhuma etnia mandasse na outra, mas não um Estado de caráter judeu.
O judeus de Jerusalém, lembra então Amos Oz, pareciam personagens de um romance de Tolstoi vindos diretamente do século XIX. Alguns pareciam o próprio Tolstoi, intelectuais extravagantes, sonhadores barbudos, poetas. A maioria viera da Rússia, como seu tio Joseph Klausner, que passou a vida trabalhando na sua tese de que Jesus de Nazaré foi um moralista judaico por excelência, nunca deixou de ser judeu e nem fundou uma nova religião. Em 1929 o bairro Talpiot em que moravam Klausner e o escritor Agnon, lembra Amos Oz, foi atacado por árabes e a biblioteca dos dois parcialmente queimada.
Amos nasceu em 39, ano em que os nazistas atacaram a Polônia dando início à segunda guerra mundial. Aviões italianos jogaram bombas em Haifa e Jerusalém. Os tanques de Rommel chegaram quase às portas do Cairo. Antes do final da guerra a mãe de Amos já sabia que toda sua família, suas amigas e seus professores haviam sido mortos por alemães e poloneses nas florestas de Rovno. A maioria dos 60 mil habitantes de Rovno eram judeus e ali já 1919 haviam sido criadas escolas voltadas ao ensino em hebraico.
Em 1947, quando a ONU mandou uma comissão para estudar uma eventual partilha da Palestina em dois Estados um árabe e um judeu, Jerusalém já tinha cem mil habitantes judeus, e mais 65 mil das demais etnias. Em todo o país a população judaica crescera muito, apesar dos ingleses terem imposto uma a quota que limitava a entrada dos sobreviventes dos campos de concentração.
Aconteceu então o ataque da organização terrorista judaica de extrema direita, chamada Irgun à aldeia árabe, Deir Yassin, nas proximidades de Jerusalém, no dia 4 de abril. Era dia de feira. mais de 110 árabes foram mortos. Uma chacina sem precedentes. O líder do Irgun era Menachen Begin o ídolo do tio pai de Amos Oz. Quatro dias depois, veio a retaliação: um comboio de que levava professores para a da universidade de Jerusalém, situada no Monte Scopus e isolada do bairro judeu, foi emboscado por árabes e todos os seus 77 passageiros mortos, sob o olhar indiferente cúmplice da polícia britânica. Entre os mortos, o diretor do hospital Hadassa, o fundador da faculdade de medicina, chefes de departamento da universidade e professores ilustres.
Nesse incidente aparece claramente o outro gene do ódio entre comunidades, a política britânica de “dividir para governar.” Em quase todas colônias do Império Britânico, ficou a herança do ódio entre comunidade, na Índia, na Guyana inglesa, na Palestina. O pai de Amoz Oz, era bibliotecário da Universidade e só não foi morto porque naquele dia teve uma febre e não se juntou ao comboio. No dia seguinte, um novo massacre de 50 prisioneiros judeus que já haviam se rendido depois de derrotados numa batalha pela abertura do cerco de Jerusalém, em Gush Etzion.
Esses três massacres num espaço de apenas cinco dias, todos totalmente injustificáveis e explicáveis apenas pelo ódio estabeleceram a natureza violenta das relações entre as duas comunidades pelos tempos a fora.
No ano seguinte, a assembléia da ONU aprovou a proposta da comissão de criação dos dois estados por 33 votos contra 13. Entre as dez abstenções estava a Grã Bretanha. União Soviética e Estados Unidos votaram a favor. Brasil também. Surgiu então a segunda e mais importante fonte da violência na região: a assimetria entre os planos dos judeus, que haviam se preparado há anos para a proclamação do Estado judeu, e os das lideranças países árabes que mantinham o veto à implantação na região de um estado de caráter judeu.
Exércitos árabes dos cinco países vizinhos, e mais o Iraque que não tinha fronteiras, invadiam a Palestina. O resultado sabemos: Os judeus perderam Jerusalém (que reconquistariam depois na guerra de 67), e os árabes perderam na maioria dos outras frentes, incluindo grandes cidade de população mista: Jaffo, Tiberíades, Sfad. Israel passou a controlar um território 40% maior do que o originalmente proposto pela ONU e não permitiu o retorno dos palestinos que haviam fugido de suas casas. Surgiram os primeiros campos de refugiados palestinos na Jordânia, Líbano e faixa de Gaza, quase 700 mil só daquela guerra.
Seguiram-se três guerras relativamente convencionais e no contexto da guerra fria, em 1956, em 1967 e em 1973. Israel sendo apoiado pelas potencias Ocidentais e o Egito pela Rússia. As leis de guerra foram em geral respeitadas. Mas o ódio foi crescendo. Entre os judeus foi se aprofundando a síndrome de Metzada, como é chamada s sensação de que estão cercados e serão um dia destruídos. Daí nasceu a política de expansão territorial, ataques preventivos e a desproporcionalidade dos revides.
Entre os árabes foi se dando um racha, de início leve, hoje profundo, entre os que acabaram por admitir a existência do estado judeu, assinando tratados de paz ( Egito e Jordânia), e os que mantém a tese de que o estrado judeu é uma usurpação de seus direitos e deve se extinto: Hezbolla, no Líbano e Hamas, na faixa de gaza sendo os grupos principais, como governo do Irá apoiando. Em 2000 Arafat rejeitou no ultimo minuto uma ampla proposta de paz de Ehud Barack, de medo de uma revolta das bases liderada pelos grupos mais radicais.
O fracasso de Camp David reforçou a estratégia israelense de procrastinação, negociações de paz que nunca levam a nada, da qual se aproveitam para expandir a presença de novas colônias na Cisjordânia. Na faixa de Gaza isso também foi tentado, mas a idéia da absorção de mais 1,5 milhões de árabes para expandir o território em escala ínfima fez com que o governo decidisse pelo oposto: retirada os colonos judeus, e o fez à força.
Na Cisjordânia, o quadro é desolador. Foi onde estive com a ONG israelense de defesa dos direitos humanos, chamada Machson Watch, criada em 2001, exclusivamente por mulheres. Ali, além do estabelecimento de colônias judaicas de modo ilegal, estão tão embaralhadas as fronteiras entre três tipos de administração provisória, palestina, israelense e compartilhada, que logo se desconfia haver um projeto israelense, não só de expansão, também inviabilização de um Estado palestino. É o que diz indignada, apontando para as cercas, a minha guia a israelense Racheli Bar Or, uma psicoterapeuta militante do Machson Watch. “É como o plano tentado na África do Sul, de criar bolsões da população negra,”, diz ela.
Além dos retalhamento dos territórios há estradas, com a que tomamos para chegar lá, a Rodovia N. 5, que chega um dos maiores assentamentos judaicos na Cisjordânia, Ariel, na qual só podem circular veículos de chapa israelense; outras onde os oficiais da autoridade palestina podem circular, mas os particulares não, além de restrições de horários e outras, que mudam constantemente.
Meu amigo Dov, um paulista que hoje também mora perto de Tel viv e que quis nos acompanhar, servindo de fotógrafo, explica sem muito entusiasmo as estradas exclusivas surgiram porque carros israelís vinham sendo apedrejados.
No checking point principal que ficamos observando, um dos casos mais absurdos foi dia foi a detenção por várias horas de um veterinário que inadvertidamente havia entrado por havia tomado uma estrada num horário em que não podia. Nesses casos, os soldados telefonam para uma central de controle. Esse controles foram instalados para impedir a entrada de homens-bomba, explica o Dov, apontando para uma instalação especial ao lado, na todos os pacotes e bolsas maiores dos árabes passam pelo raio X.
O fato é que todo um sistema de controle foi sendo montado, que tinha como pretexto original não deixar que entrassem em Israel os homens-bomba, mas que hoje se vê que é um sistema que vive por si mesmo e vão consolidando o controle israeli. “Já fazem 41 anos, diz a minha guia Racheli, lembrando que a ocupação da Cisjodânia se deu na guerra de 1967. Ou seja, muitos daqueles jovens estudantes árabes e até os mais adultos nunca viram outro cenário senão o da ocupação.
Nesse posto de controle, dezenas de lotações estacionados de cada lado, para trazer e levar de volta as pessoas ás suas vilas e aldeias, de um lado, ou levando e trazendo de volta de Nablus, no outro lado. A maioria são jovens, que vão a Nablus estudar, mas há gente de todo tipo, senhoras carregando grandes sacolas, mães que levaram seus filhos a hospitais. Nablus tem 160 mil habitantes e 18 mil estudantes, grande parte deles, de cidades menores e vilas da s adjacências.
Não se pode dizer os soldados do check-point maltratam deliberadamente os árabes.Há até uma passagem especial – em parte depois das reclamações da Machson, chamada passagem humanitária, por onde passam todas as mulheres e idosos sem muita apurrinhação. Mas nada disso consegue minimizar a humilhação sentida pelos árabes, que precisam passar por esse vexame todos os dias em suas próprias terras centenárias. Essa humilhação só pode alimentar ainda mais o ódio. Entre os soldadinhos israelenses – e são soldadinhos mesmos, jovens de não mais que 18 ou 19 anos – a desmoralização, por se verem convertidos em agentes da repressão e da ocupação.
O que mais me impressionou nessa vigília nos postos de controle, foi a beleza e a soberba das jovens árabes. Lindas, fazendo questão de se vestir com elegância, com o corpo todo coberto exceto o rosto, realçado pelos belos lenços de seda,elas passam pelos controles passam silenciosas mas de olhos erguidos, como quem diz. Nós somos bonitos e educados e vocês o que são?
 BERNARDO KUCINSKI